Estamos chegando nos últimos dias de pesca esportiva liberada na maior planície alagável do planeta, ainda em 2023. Isso porque, em breve, começa o período da piracema.
A piracema é o movimento migratório dos peixes que realizam o deslocamento até as cabeceiras dos seus respectivos rios para desovar. Com a proibição da pesca neste período, a reprodução pode acontecer de maneira natural e sem interferências, garantindo a reposição dos exemplares de todo um cardume.
No Pantanal, um dos locais mais procurados para a prática do pesque e solte em nosso país, a piracema começa em dois momentos distintos. O Conselho Estadual de Pesca de Mato Grosso definiu, no final do último mês, que a piracema no estado começa em 2 de outubro deste ano e se estende até 1º de fevereiro de 2024. Já para o estado de Mato Grosso do Sul, ficou definido que o período se inicia, praticamente, um mês depois, no dia 5 de novembro.
Com ambas as datas se aproximando, a procura pela pesa esportiva no Pantanal vem crescendo e a alta temporada tem movimentado a cadeia turística no local. De acordo com o levantamento feito pelo Diário Corumbaense, da cidade de Corumbá, no Mato Grosso do Sul, os pacotes para os últimos meses de pesca esportiva estão praticamente reservados por diversos grupos formados por famílias ou amigos, porém alguns barcos-hotéis ainda estão disponibilizando apartamentos individuais.
Ainda de acordo com o Corumbaense, a cidade possui 20 barcos-hotéis, 2 barcos de passeio, 3 hotéis, 1 loja de produtos e equipamentos para pesca esportiva e náutica e uma concessionária de barcos e motores náuticos associados à Associação Corumbaense das Empresas Regionais de Turismo.
A procura está alta, não apenas pelo poder turístico que o pantanal possui e pela proximidade do início do período de reprodução dos exemplares, mas também pelo nível do rio Paraguai, que tem se mantido acima da média, se comparado ao mesmo período nos anos anteriores.
A maior quantidade de volume de água na planície acaba, praticamente, garantindo uma pescaria de sucesso, tanto em número de exemplares, quanto em diversidade de espécies. Isso sem contar que, nesta época do ano, chegando perto do início da primavera, as plantas e flores do pantanal estão ainda mais belas do que o de costume.
Segundo o Ministério do Turismo, o pantanal possui 1.682 espécies de plantas e uma das características peculiares do bioma é que muitas espécies ameaçadas em outras regiões do Brasil persistem em grandes populações na por lá.
De acordo com o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, o pantanal possui representantes de quase toda a fauna brasileira e durante o período de inundação, entre fevereiro e maio, e de março a agosto, parte dos animais se refugiam nas áreas mais altas, retornando quando baixam as águas.
Com toda essa riqueza, o local mostra que também é forte atrativo turístico nas épocas de pesca proibida. Porém, ainda que seja por um período mais curto, ainda dá tempo de se programar e curtir a pesca esportiva na maior planície alagável do planeta.
No ano passado, o Instituto de Pesquisa Ecológica divulgou que, só no Mato Grosso, aproximadamente, 100 mil pessoas visitam o pantanal para aproveitar a pesca esportiva. Além deste dado, pesquisadores ainda citam que a região é um dos principais destinos para os observadores de aves.
Ainda de acordo com o Ministério do Turismo, o ecoturismo, ou turismo de natureza, foi o motivo de viagem de quase 20% dos turistas estrangeiros que vieram para o Brasil no ano passado. E esse número vem crescendo, ainda mais se contarmos, também, com o turismo nacional.
A pesca esportiva é uma das atividades turísticas mais comuns no pantanal devido à diversidade de peixes, com mais de 300 espécies, o que explica a sua procura em alta neste período.
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