No dia 22 de junho foi sancionada a Lei nº 2.727, que aprova o Plano Municipal de Turismo de Corumbá. Considerado um marco na região, o plano foi desenvolvido através de oficinas feitas ao longo de 2019, em que a população pode participar por meio de suas representações, com sugestões sendo debatidas antes da aprovação, com sua versão inicial tendo sido apresentada em audiência pública. Esta é a primeira vez que o município sul-mato-grossense terá um plano exclusivamente voltado para o turismo.
Coordenado pela Fundação de Turismo do Pantanal, Conselho
Municipal de Turismo de Corumbá (COMTUR) e contando com a participação do trade
turístico da região, o plano contempla o turismo regional de forma abrangente.
Nesse sentido, a pesca esportiva recebeu atenção em diferentes frentes, com
planejamentos que buscam ampliar o campo de atuação de quem trabalha com a
prática. Buscando compreender as ações do plano para o esporte da pesca, Carlos
Augusto Espíndola, gerente de políticas de turismo da Fundação de Turismo do
Pantanal respondeu a algumas perguntas sobre o tema:
Fish TV – O plano quer aperfeiçoar os empreendimentos de
pesca esportiva. Como será esse processo?
Carlos - As ofertas dos empreendimentos de pesca esportiva
estão adequadas para atender os requisitos desse mercado, assim como o aperfeiçoamento
das empresas e espaços públicos. Estão previstas no Plano aprimorar os produtos
existentes, direcionar e ampliar a oferta com maior competitividade no mercado.
Atualmente, a pesca esportiva é realizada principalmente pelos barcos hotéis e pousadas
no Pantanal. A oferta é realizada pelas empresas diretamente aos clientes
através de site, redes sociais, feiras e indicações de clientes. A estratégia é
se posicionar como um dos melhores destinos de pesca esportiva do Brasil.
Para a realização desses objetivos serão priorizadas as
seguintes ações: modernizar os equipamentos existentes; incentivar a
implantação de melhorias, inovações e experiências nas empresas; incentivar a
abertura de novos equipamentos; fortalecer a identidade do destino, através dos
empreendimentos; promover o uso de tecnologias ambientais de ponta nos equipamentos
turísticos como experiência de preservação ambiental.
Fish TV – No texto há a citação de um campeonato de pesca.
De que forma será realizada essa competição?
Carlos - Esse Campeonato está previsto no Plano com o
objetivo de fortalecer a pesca esportiva como uma prática sustentável dessa
modalidade no rio Paraguai. Tanto é que a Prefeitura de Corumbá, em parceria
com governos e empresários, já iria realizar o Festival Internacional de Pesca Esportiva
de Corumbá. Ocorreria entre os dias 3 e 5 de abril. No entanto, em decorrência
da pandemia, não foi possível sua realização. Mas está no planejamento para o ano
de 2021. Essa competição teria modalidades infantil e adulto, com regulamento
inovador.
Fish TV – Sobre as adequações quanto ao mercado de
ecoturismo, ainda há muito o que avançar para chegar no que é esperado pelo
plano?
Carlos - Antes de mais nada, é preciso dizer que o segmento
de pesca esportiva é a mais forte atividade turística no município. Isso fica
comprovado pela estrutura existente, seja de barcos, barcos-hotéis e pousadas, que
são voltados exclusivamente para a pesca esportiva. Isso também fica bastante
evidente pelo quantitativo de mão-de-obra empregada. Só para ilustrar, para cada
turista que vem pescar, em média uma pessoa é empregada. No entanto, Corumbá é
uma referência quando se fala em Pantanal, o que significa uma vocação natural
para o Ecoturismo. Esse segmento ainda é pouco explorado. Mas temos inúmeros
atrativos naturais de grande valor para aqueles que apreciam a natureza. Além
do rio Paraguai, a quantidade de animais, a rica flora e a Estrada Parque
Pantanal, há toda uma história por trás disso que, embrionariamente, alguns
empresários já se manifestam.
Com a estrutura da pesca, barcos-hotéis começam a fazer cruzeiros fluviais em época de proibição da pescaria. Temos excelentes estruturas ao longo da Estrada Parque, Porto Morrinho, Porto da Manga, Nhecolândia, Albuquerque e Serra do Amolar. Para isso, serão utilizadas estratégias de marketing, realização de fampress, famturs, contatos com jornalistas e influencers. Além dos mercados existentes, pretende-se também avançar também para países como Bolívia e Paraguai.
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