Apesar da forte oposição de setores conservadores e protestos de fazendeiros locais, o Parlamento Europeu aprovou a lei que permite a recuperação de ambientes naturais degradados, como florestas, pântanos e rios, em todos os 27 países que compõem a União Europeia.
Aprovada em definitivo na última terça-feira, a Lei da União Europeia de Restauração da Natureza tem como objetivo restaurar habitats naturais por meio de ações como reflorestamento, reidratação de áreas pantanosas e recuperação do fluxo natural de rios, visando a conservação do meio ambiente.
A aprovação representou uma derrota significativa para os setores conservadores que tentaram bloquear a legislação, que estabelece a meta de restaurar pelo menos 20% do território terrestre e marítimo da União Europeia até o ano de 2030, além de todos os sistemas que necessitam de algum tipo de restauração até 2050.
Parlamento aprovou a lei nesta semana. Foto: Frederick Florin.
Essas regras estão integradas às metas ambientais do Acordo Verde Europeu, um conjunto de leis destinado a fazer da Europa o primeiro continente a atingir a neutralidade climática, visando zerar as emissões líquidas de carbono em 25 anos.
As ações serão financiadas tanto pelo setor privado quanto pelos orçamentos dos Estados-membros, sem contar alguns programas da UE, como os fundos regionais de financiamento, que poderão contribuir para cobrir parte dos custos.
De acordo com fazendeiros e agricultores europeus, existe uma preocupação que nova legislação impacte negativamente o setor agrícola do continente. Em julho passado, uma proposta para rejeitar essa lei foi votada sem sucesso.
Desde então, os agricultores têm realizado protestos em diversos países da Europa contra as políticas ambientais, enquanto também expressam algumas preocupações com os danos causados pelas mudanças climáticas.
Grandes grupos de tratores têm bloqueado o tráfego em estradas e ruas de grandes cidades e capitais como Alemanha, Itália, França, Polônia, Bélgica e Espanha.
Fazendeiros fazem protestos em vários países da Europa. Foto: Antonio Masiello.
Segundo dados levantados pela União Europeia, a lei é extremamente necessária, já que cerca de 80% dos habitats do continente estão em más condições, sendo que 10% das espécies de abelhas e borboletas estão ameaçadas de extinção, e 70% do solo está em estado considerado insalubre.
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