Na última semana, os Estados Unidos formalizaram seu compromisso com a preservação da Amazônia, durante a visita do presidente Joe Biden ao Brasil. Esse anúncio reflete uma parte significativa de seu plano nacional de enfrentamento às mudanças climáticas.
Foto: Saul Loeb / AFP.
De acordo com a Agência Brasil, o governo dos Estados Unidos revelou um pacote robusto de apoio a projetos de conservação na Amazônia. Biden foi o primeiro presidente dos EUA a visitar a Amazônia no exercício do mandato, com o objetivo de reforçar os laços entre Brasil e Estados Unidos, que completam 200 anos de relações diplomáticas.
Durante a visita, o presidente americano firmou uma série de acordos bilaterais e destacou iniciativas em colaboração com organizações não governamentais, empresas, incluindo bancos brasileiros, e ações voltadas para o combate ao crime organizado, principalmente no que diz respeito à mineração ilegal, desmatamento e incêndios florestais.
A importância da Amazônia para o mundo
Foto: Reprodução / Nosso Impacto.
A Amazônia desempenha um papel crucial para o equilíbrio climático global. Segundo o INPE, ela é responsável por armazenar aproximadamente 20% do carbono terrestre, ajudando a mitigar as mudanças climáticas ao absorver grandes quantidades de dióxido de carbono da atmosfera.
Além disso, a floresta abriga uma biodiversidade incomparável, com milhões de espécies de plantas, animais e microrganismos, muitos dos quais ainda não foram totalmente catalogados ou estudados. Esse ecossistema também é vital para a regulação do ciclo da água, afetando padrões climáticos em todo o planeta.
A Amazônia é uma das grandes responsáveis pela formação de nuvens e precipitações na América do Sul, impactando a agricultura e os recursos hídricos em várias regiões, inclusive em países de outros continentes, como os Estados Unidos. Proteger a Amazônia é uma necessidade global, já que sua degradação pode ter efeitos adversos em escala planetária, exacerbando as mudanças climáticas e prejudicando economias e populações.
Novos investimentos e colaborações
Foto: Saul Loeb / AFP.
O pacote de apoio anunciado pelos Estados Unidos visa acelerar os esforços globais para combater o desmatamento e implementar soluções sustentáveis que reduzam as emissões de carbono, aumentem a biodiversidade e fortaleçam a resiliência das comunidades locais frente aos impactos das mudanças climáticas.
Essa ação também reforça o compromisso da administração Biden com o financiamento climático internacional, uma área que tem sido central em sua agenda desde o início de seu governo.
O governo americano destacou que, desde o início da presidência de Biden, o combate às mudanças climáticas tem sido uma prioridade, com a implementação de políticas que transformaram a crise climática em uma oportunidade econômica tanto dentro dos Estados Unidos quanto globalmente.
Ainda de acordo com a Agência Brasil, os investimentos anunciados pelo governo americano incluem uma série de iniciativas voltadas para a restauração ambiental e apoio à bioeconomia da região.
Foto: Diego Peres / Secom.
Entre os compromissos está uma doação de US$50 milhões para o Fundo Amazônia, dobrando a contribuição anterior dos EUA a este instrumento de financiamento. Além disso, será lançada uma coalizão de investidores, em parceria com o banco BTG Pactual, para restaurar terras degradadas e apoiar iniciativas de bioeconomia.
O objetivo é arrecadar US$10 bilhões até 2030, com foco em projetos de redução de emissões e apoio às comunidades locais. Entre as medidas específicas de combate à degradação ambiental, o pacote de ajuda inclui ações contra a extração ilegal de madeira, como o treinamento em tecnologias avançadas para rastrear a origem da madeira, usando a técnica de Espectrometria de Massa (Dart-Tofms), que permite identificar com precisão a procedência dos produtos florestais.
Além disso, o governo dos EUA se comprometeu a financiar esforços para combater a mineração ilegal e o tráfico de mercúrio, com uma doação de US$1,4 milhão.
No combate aos incêndios florestais, destaca-se a colaboração com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) por meio de uma parceria de 15 anos com a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA), utilizando satélites para monitorar queimadas na região.
para comentar