Seca recorde deve deixar alimentos mais caros e conta de luz mais alta no Brasil

Entenda como que a seca pode afetar, diretamente, a nossa inflação e diversos setores muito importantes.

Por Marcelo Telles - 13/09/2024 em Notícias / Mercado

Os desastres ambientais que nosso país passa parecem não ter fim. Com queimadas e secas recordes no Brasil, poderemos, agora, ter de enfrentar outro “novo-velho” problema: o encarecer dos alimentos e a alta na conta de energia.


Com a mais severa seca dos últimos 70 anos, de acordo com o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais, que já afeta uma área de 5 milhões de quilômetros quadrados, o que representa aproximadamente 58% do território do país, consequências econômicas irão aparecer a qualquer momento.


Secas afetam grande parte do nosso território. Foto: Reprodução / SuperInteressante. 


A seca já dura mais de 120 dias em várias partes do Brasil e os efeitos são evidentes na agropecuária, especialmente nas colheitas de milho e feijão, além da deterioração das pastagens, que impacta negativamente a pecuária extensiva.


De acordo com especialistas, a diminuição da produção pode gerar escassez desses alimentos. O resultado disso? Eles vão ficar ainda mais caros!


Mas não são só os alimentos que irão encarecer. A seca também vai refletir na nossa conta de energia. A elevação das tarifas de energia elétrica é uma consequência direta das secas que afetam o país.


Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica, a partir de setembro deste ano, será aplicada a bandeira vermelha patamar 1, o que resultará em um custo adicional de R$ 4,463 por cada 100 quilowatt-hora consumidos.


Regiões acostumadas a muita água estão totalmente ressecadas. Foto: Bruno Kelly / Reuters. 


Isso porque a geração de eletricidade no Brasil depende em grande parte de fontes hídricas. Quando não há chuva suficiente para reabastecer os reservatórios, há uma redução na capacidade de produção de energia.


O setor de transportes também vão ser impactados, com a alta nas passagens e no preço dos combustíveis.



Consequências também para o ecoturismo

Pesca esportiva também pode sofrer com a seca. Foto: Reprodução / Orla Rio. 


Deu para entender as consequências da seca na inflação, correto? Porém, as secas estão causando (e vão causar ainda mais) consequências no meio ambiente, trazendo complicações para setores como o ecoturismo.


Definido pelo Ministério do Turismo como um segmento que utiliza, de forma sustentável, o patrimônio natural, através da interpretação do ambiente, promovendo o bem-estar das populações envolvidas, o ecoturismo, ou turismo de natureza, tem sido muito apreciado no mundo dos amantes de viagens.


Com a grave crise de seca que o Brasil está enfrentando, implicações significativas para o ecoturismo podem acontecer, incluindo a pesca esportiva. A escassez de água e os baixos níveis dos reservatórios e rios afetam diretamente essas práticas e o setor como um todo.


A seca também pode reduzir a diversidade e a abundância de vida selvagem, tornando os destinos menos atraentes para os turistas que buscam a observação de animais e a interação com a natureza.


A degradação dos ambientes naturais pode levar à diminuição do número de visitantes e, portanto, a uma perda econômica para as comunidades locais que dependem do turismo de natureza.


Chuva está sendo esperada em grande parte do país. Foto: Egberto Nogueira. 


Para que tudo isso volte ao normal, é preciso que a seca passe!


Porém, ela só deve melhorar com a chegada de temporadas de chuvas mais fortes, o que deve demorar mais esse ano.




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