O mercado náutico brasileiro vive um momento de forte expansão, com crescimento contínuo em 2024, reforçado pela realização de grandes eventos em locais estratégicos do país. Esses eventos, que atraíram mais de 140 mil pessoas, marcaram um aumento significativo na comercialização de embarcações, com mais de 370 marcas vendidas.
Essa expansão reflete um aumento de 20% nas vendas em comparação com o ano anterior e demonstra a robustez do setor, que se mostra cada vez mais relevante para a economia nacional.
De acordo com o que foi publicado pelo Portal IN, o setor contou com um aumento de 25% no número de empregos gerados pelo setor em 2024, alcançando a marca de 150 mil postos de trabalho, entre diretos e indiretos, segundo dados da Associação Brasileira dos Construtores de Barcos e Seus Implementos (Acobar).
Expansão da infraestrutura e incentivos fiscais
Foto: Reprodução / Portal IN.
O setor náutico, que já conta com grande potencial de crescimento no Brasil, vê a expansão de sua infraestrutura como um dos principais vetores para o seu desenvolvimento nos próximos anos. São Paulo, por exemplo, está investindo na construção de 13 novas estruturas públicas para o segmento, o que pode gerar um impacto econômico de até 90% na economia local ao longo da próxima década.
Esses projetos, que incluem marinas e centros de apoio náutico, têm como objetivo atrair seis milhões de turistas adicionais, ampliando significativamente o potencial de receitas do setor. Além disso, os incentivos fiscais estão sendo discutidos como uma medida para impulsionar a comercialização de embarcações no Brasil.
Inovação e sustentabilidade no setor náutico
Foto: Reprodução / Portal IN.
O compromisso com a inovação e a sustentabilidade também está se tornando uma característica marcante do mercado náutico brasileiro.
Durante um dos grandes eventos do ano passado, realizado em Foz do Iguaçu, foi formalizado um acordo de R$ 150 milhões entre o Parque Tecnológico Itaipu e o JAQ Apoio Marítimo, braço do Grupo Náutica, para adaptar embarcações a Hidrogênio Verde (H²V), uma iniciativa que alinha o setor à tendência mundial de transição energética.
Esse projeto representa um avanço tecnológico e um compromisso com práticas mais sustentáveis, que poderão se tornar um diferencial competitivo do mercado náutico brasileiro.
Déficit de vagas e oportunidades de crescimento
Foto: Reprodução / Portal IN.
Apesar do crescimento, o Brasil ainda enfrenta um grande desafio no que diz respeito à infraestrutura náutica: há um déficit de mais de 55 mil vagas para embarcações em todo o território nacional.
Esse número é apontado como uma das principais barreiras para o desenvolvimento pleno do setor, que pode ser superada com políticas públicas adequadas e investimentos em marinas e portos. Cada marina que comporta 300 embarcações tem um impacto econômico direto e indireto de R$ 141 milhões por ano, além de gerar cerca de 780 novos postos de trabalho.
O presidente da Acobar destaca que o Brasil tem o potencial para multiplicar os números do setor, mas que ainda é necessário amadurecer a regulamentação e a infraestrutura, para atender à crescente demanda, tanto de turistas quanto de embarcações.
Turismo náutico: uma oportunidade de ouro
Foto: Reprodução / Portal IN.
Para especialistas, o Brasil tem grande potencial para se tornar um dos maiores destinos de turismo náutico do mundo. Com 60 mil quilômetros de vias navegáveis interiores e uma costa de 8,5 mil quilômetros, o nosso país possui uma das maiores infraestruturas naturais para o turismo náutico.
Levar esse setor para regiões ainda pouco exploradas, mas com grande potencial turístico, é essencial para fomentar o desenvolvimento local, gerar empregos e fortalecer a economia. Além disso, a relação entre a fabricação de embarcações e a geração de empregos também é significativa. Cada unidade produzida gera em média oito postos de trabalho, sendo cinco diretos e três indiretos, segundo o Portal IN.
Este impacto se amplia ainda mais com os 9 mil marinheiros particulares e 7 mil profissionais que atuam em apoio às embarcações, além das vagas temporárias que surgem durante a alta temporada.
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