Verão será muito influenciado por El Niño, com fortes fenômenos meteorológicos no Brasil

Probabilidade da permanência do fenômeno em nosso hemisfério durante todo o verão ultrapassa os 90%.

Por Marcelo Telles - 04/01/2024 em Notícias / Meio Ambiente

Durante o verão, a América do Sul, num geral, enfrentará eventos meteorológicos extremos devido ao fenômeno El Niño, conforme indicado por um relatório científico apresentado na Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, a COP28, que aconteceu em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, em dezembro de 2023.


Países como Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Uruguai e Paraguai, membros do Conselho Agropecuário do Sul (CAS), receberam informações sobre o volume de chuvas acima do normal, tempestades intensas e secas severas, impactando significativamente, por exemplo, a atividade agropecuária destes locais. As informações são do Canal Rural.



O relatório prevê inundações e tempestades fortes na Grande Bacia do Prata, que engloba regiões da Argentina, Uruguai, Paraguai e sul do Brasil, enquanto o Norte e o Nordeste do nosso país enfrentarão secas intensas.


O Chile, por sua vez, pode esperar temperaturas superiores ao habitual. A mudança climática afeta o setor agropecuário, destacando a necessidade de esforços coletivos para fortalecer a resiliência.



A secretária executiva do Programa Cooperativo para o Desenvolvimento Tecnológico Agroalimentar e Agroindustrial do Cone Sul (Procisur), Cecilia Gianoni, apresentou as informações, enfatizando a importância da participação ativa da agricultura na cúpula climática global.


As perspectivas apontam para uma probabilidade acima de 90% de persistência do El Niño durante o verão do Hemisfério Sul, com impactos variados. Enquanto o Altiplano, planalto peruano, experimentará precipitações abaixo do normal, a Bacia do Prata enfrentará riscos de alagamentos e inundações.


Na região dos Pampas, embora haja maior disponibilidade de água, a produtividade no Norte e Nordeste do Brasil será prejudicada devido à falta de chuvas, aumentando o risco de incêndios florestais.


El Niño é o aquecimento anormal das águas do Oceano Pacífico, na sua devida porção equatorial, acontecendo em intervalos irregulares, entre cinco e sete anos, com duração média entre um ano e um ano e meio.


Com a alteração do padrão de circulação atmosférica sobre o Oceano Pacífico, o fenômeno é responsável por mudar a distribuição de umidade e as temperaturas em várias áreas do planeta.



O El Niño, por sua vez, de acordo com a responsável da Agência de Observação Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos, Sarah Kapnick, deverá acontecer com ainda mais força neste ano, ocasionando o já citado aumento drástico de temperatura global.


Kapnick ainda disse que os cálculos apontam que 40% dos oceanos irão passar por uma onda de calor marítima.



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