Rios da Bacia Amazônica chegam ao nível mais baixo já registrado

Rios Negro, Amazonas, Branco e Purus registram menor nível em setembro. Previsão, porém, é de ainda mais seca.

Por Marcelo Telles - 10/10/2023 em Notícias / Meio Ambiente - atualizado em 10/10/2023 as 14:50

A Bacia Amazônica é a maior bacia hidrográfica do planeta e abrange todos os conjuntos de recursos d’água que convergem para o rio Amazonas, que também é o maior rio do mundo em vazão de água, perdendo apenas para o Rio Nilo em extensão.


E toda essa beleza conhecida por todo o mundo, agora sofre com um fenômeno impactante: a seca.



De acordo com dados divulgados em um relatório do Sistema Geológico Brasileiro e da Agência Nacional de Águas, quatro dos seis principais rios da Bacia Amazônica registraram o menor nível histórico nesse mês de setembro. São estes: Rio Negro, Rio Amazonas, Rio Branco e Rio Purus.


Além destes, o rio Madeira e o rio Solimões também precisam de atenção, já que não alcançaram o recorde negativo, mas estão com números próximos.



A estiagem pode ter um grande efeito negativo em todo o país, trazendo problemas para o abastecimento de energia, no escoamento da Zona Franca, onde entram mercadorias nacionais e internacionais, e em todo o setor da agricultura.


Como os rios possuem ligação um com o outro em todo o território nacional, o efeito da seca acaba se espalhando em cascata, atingindo outras regiões e estados.


O problema maior, porém, talvez venha da previsão do especialistas, que comentaram que o tempo de recuperação para esse dano deve ser de, aproximadamente, quatro anos.


Recentemente, foi divulgado que vivemos o mês mais quente de todos os tempos, agravados pela crise global do clima e pelo fenômeno El Niño, que é o aquecimento anormal das águas do Oceano Pacífico, na sua devida porção equatorial.


O fenômeno acontece em intervalos irregulares, entre cinco e sete anos, com duração média entre um ano e um ano e meio. Esses fenômenos juntos podem atrasar a recuperação dessa seca vivida na Bacia Amazônica.



É importante lembrar também que esses rios são essenciais para a biodiversidade local e para a vida de quem depende deles, como fonte de água e energia, por exemplo.


Para os próximos meses, a previsão é de ainda mais seca. Como não basta só um volume maior de chuvas, é normal que a situação demore a se normalizar.


Os rios precisam absorver a água e retomar o seu nível de costume.


No Rio Amazonas, as medições são separadas em três áreas. O recorde negativo atingiu todas elas, sendo o menor nível desde 1974 no trecho Parintins. Já no Rio Negro, os números da estiagem são os maiores em 120 anos. No Rio Branco, foi registrado o menor nível desde 1967. No Rio Purus, porém, o nível é o menor desde 1982.



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