Rio Piracicaba: despejo irregular de resíduos industriais causa mortandade de peixes

Em vídeos feitos por moradores e pescadores da região, milhares de peixes aparecem agonizando e morrendo às margens do rio. Cetesb diz que uma indústria despejou, irregularmente, resíduos no local.

Por Marcelo Telles - 11/07/2024 em Notícias / Meio Ambiente

CRIME AMBIENTAL!


As imagens são fortes e cortam o coração de todos que defendem a preservação e o meio ambiente.


No início desta semana, foram divulgados vídeos, nas redes sociais, de milhares de peixes que agonizavam, ou que já estavam mortos, à beira do rio Piracicaba, o maior afluente em volume de água do rio Tietê. Nas imagens, os peixes aparecem procurando, desesperadamente, por oxigênio, mas não o encontram.


Toneladas de peixes mortos à beira do rio. Foto: Gian Carlos Machado (Arquivo Pessoal). 


Tudo começou quando pescadores da região relataram a presença de uma estranha e densa espuma no rio, além da coloração da água fora do normal.


No último domingo, a Semae, Serviço Municipal de Água e Esgoto de Piracicaba-SP, emitiu uma nota afirmando que, após monitoramento das águas do rio, foi verificada uma quantidade grande de alterações de oxigênio das águas. De acordo com a secretaria de Meio Ambiente municipal, assim que souberam do ocorrido, acionaram os órgãos responsáveis.


Como ainda não tinham sido encontradas as causas da mortandade, a Cetesb, Companhia Ambiental do Estado de São Paulo, com apoio de técnicos da Agência Ambiental de Piracicaba, começou uma análise precisa, coletando amostras do rio para investigação.


Com isso, após alguns estudos, foi verificado que haviam resíduos industriais nas águas do rio Piracicaba, em grandes quantidades. De acordo com a Cetesb, o despejo irregular destes resíduos industriais já foram localizados e interrompidos. O despejo estava vindo de uma usina de açúcar e álcool.


Peixes procuravam oxigênio e acabavam mortos. Foto: Reprodução / EPTV. 


Ainda segundo a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo, a recuperação das águas já foi iniciada e a quantidade de oxigênio começou a normalizar. A empresa responsável vai responder por crime ambiental, além de receber uma “punição severa”, de acordo com o que foi divulgado pela Cetesb.


Apesar da normalização gradual, a Companhia pediu para a população evitar contato direto com as águas do rio Piracicaba.


O pior trecho foi avistado no bairro Nova Piracicaba, na rampa pública de barcos, em uma cena que chocou moradores da região.


Em vídeo que circula nas redes sociais, peixes aparecem mortos, chocando moradores da região. Foto: Reprodução / Instagram. 


Com o ocorrido, o PCJ, Comitê das bacias hidrográficas dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, sugeriu que uma grande quantidade de água fosse liberada do reservatório de Americana-SP, como medida urgente para controlar, pelo menos um pouco, a oxigenação das águas e a quantidade de peixes mortos.


O PCJ, inclusive, disse já ter solicitado a instalação de estações tecnológicas, para que monitoramentos do rio Piracicaba sejam feitos de maneira automática, alertando sobre a quantidade de oxigênio e outras substâncias, evitando casos como esse. 



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