O projeto Meros do Brasil, originário do estado de Santa Catarina, promove atividades de pesquisa científica, educação ambiental e comunicação, visando engajar toda a sociedade a respeito da preservação do peixe mero.
É fundamental compreender que os meros (Epinephelus itajara), antes de tudo, são os maiores representantes de garoupas no Oceano Atlântico, conhecidos como “o gigante dos mares”.
No entanto, devido à degradação de seus habitats, pesca predatória e poluição, sofreram uma drástica diminuição ao longo dos últimos 65 anos.
Considerando toda a área de distribuição da espécie no Brasil, desde o Amapá até Santa Catarina, houve uma redução de mais de 80% em suas populações. Isso indica que, há décadas, o número de meros que morrem supera em muito os nascimentos, colocando esses peixes em sério risco de extinção.
Peixe mero corre sério risco de extinção. Foto: Reprodução / Meros do Brasil.
O principal propósito do projeto é estabelecer uma rede de pessoas e organizações comprometidas com a proteção e restauração dos meros, e dos ecossistemas marinhos e costeiros do Brasil.
Ao longo de duas décadas de atividades, o projeto tem fornecido os principais conhecimentos para a reabilitação das populações dessa espécie ao longo da costa brasileira.
Mas, apesar de ter nascido em Santa Catarina e já estar presente em 9 estados e 37 municípios, o projeto Meros do Brasil agora trabalha em conjunto com outros nove países: Estados Unidos, Colômbia, Bahamas, Trinidade e Tobago, Angola, Guiana Francesa, Kenya, Porto Rico e Bonaire.
Reunião on-line com especialistas de diversos países. Foto: Reprodução / Meros do Brasil.
É importante destacar que a espécie cumpre funções ecológicas essenciais, por exemplo, ajudando a manter saudáveis as populações dos seus ambientes. Assim, o mero contribui para a manutenção do equilíbrio naquele meio, garantindo serviços ecossistêmicos relacionados com a nossa qualidade de vida e bem estar, influenciando, até mesmo, no controle do clima.
De acordo com Maíra Borgonha, idealizadora e pesquisadora do projeto, o movimento reúne representantes da comunidade científica de países onde há ocorrência da espécie, ou de espécies-irmãs, sendo resultado de muito aprendizado e experiência com o Projeto Meros do Brasil nesses últimos 20 anos.
A Rede Global de Conservação dos Meros, composta por representantes de dez regiões diferentes, visa compartilhar e disseminar conhecimentos, identificar prioridades de pesquisa e oportunidades de conservação para as grandes garoupas, incluindo os meros e outras duas espécies.
Preservação da espécie é o foco do projeto. Foto: Athila Bertoncini.
Além disso, o Meros do Brasil busca criar sinergias entre os esforços de conservação do mero em diversos países, visando uma abordagem global para ampliar a força e o impacto das ações. Há também questões conectadas ao trabalho em rede, como o bem-estar animal, incluindo o direito à vida das espécies de peixes, a segurança alimentar e questões sanitárias.
Pesquisas conduzidas no Brasil e nos Estados Unidos revelaram que o mero, por ocupar o topo da cadeia alimentar, acumula poluentes em seus tecidos, tornando-os inadequados para consumo humano.
Apesar de ser protegido por lei, o mero enfrenta ameaças constantes, incluindo, principalmente, a pesca predatória, a supressão de manguezais e degradação ambiental devido à poluição.
A captura, o beneficiamento, o transporte e a comercialização da espécie são considerados crimes ambientais.
Peixe mero é uma espécie que tem a sua captura proibida. Foto: Athila Bertoncini.
Gostaria de saber mais sobre as atividades do projeto Meros do Brasil? Clique aqui para ser direcionado ao site deles.
Lá, você encontrará fotos e muitos outros detalhes sobre essa iniciativa dedicada à conservação de uma espécie tão importante, que merece continuar prosperando em seu ambiente natural.
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