Em reportagem publicada pela revista científica Nature, especialistas afirmam que nos próximos séculos a Terra pode perder mais de 75% de sua biodiversidade. Estima-se que ao longo dos 3,5 bilhões de anos, mais de 95% das espécies que povoaram o planeta foram extintas. Percentual que segue reduzindo em níveis altíssimos.
Apesar das previsões, ainda é muito difícil mensurar o tamanho do desastre. Estima-se que existam mais de 50 milhões de espécies diferentes de animais, plantas e fungos vivos, sendo que menos de dois milhões foram catalogados até agora. Apesar baixo número de espécies estudadas, a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) possui 76 mil nomes na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas.
Muitos fatores, como as mudanças climáticas, ainda são incertos, suas consequências podem acelerar a extinção de diferentes formas, muitas delas desconhecidas até agora. As políticas de conservação poderiam retardar as extinções, mas as tendências atuais não são positivas. "Em geral, o estado da biodiversidade está piorando, em muitos casos de forma significativa", explicou Derek Tittensor, ecologista marinho do Programa Ambiental das Nações Unidas para a Conservação Mundial e do Centro de Monitoramento de Cambridge, em declaração à Nature.
Para conseguir mensurar melhor o cenário futuro, pesquisadores estão trabalhando no desenvolvimento de sistemas interativos para computadores que permitem a realização de simulações sobre a forma como as atividades humanas alteram os ecossistemas. O primeiro modelo, chamado de GEM, levou três anos para ser construído e tenta representar todos os micro-organismos com massa corporal de dez microgramas até 150 toneladas. O projeto ainda passa por ajustes, mas se for possível capturar toda a amplitude da vida na Terra, ela também pode ajudar a reduzir o estrago futuro.