Essa é uma daquelas notícias que qualquer pessoa que defende a natureza, a preservação do meio ambiente e a sustentabilidade tem prazer em ouvir. Um peixe extremamente raro, que teve sua primeira descrição em 1997, voltou a ser visto em uma caverna, na cidade de Bonito, em Mato Grosso do Sul.
Na nascente do Rio Formoso, mergulhadores encontraram o cascudo-cego das cavernas (Ancistrus formoso), uma espécie de bagre bem pequeno, com cerca de 10 centímetros, apenas.
Exemplar coletado há décadas está em laboratório dos pesquisadores. Foto: Reprodução / Instagram.
E encontrar um peixe ameaçado de extinção indica um ecossistema com ótima saúde, o que aumenta a importância do fato. Nesse caso, por exemplo, ter encontrado essa espécie, diz que a caverna está oferecendo um habitat ideal para a sua sobrevivência.
Dessa vez, presando pela sua preservação, o exemplar não foi coletado pela equipe. Por ser uma espécie extremamente rara, ainda não se tem muitas informações a respeito, por isso pesquisadores consideram o cascudo-cego das cavernas um bichinho bem misterioso.
Para se ter uma ideia de sua raridade, o Ancistrus formoso é endêmico da região, só sendo encontrado no sistema de cavernas de Formoso e Formosinho. Isso explica seus olhos menores e com o corpo não possuindo cor, indicando que ele se adaptou em regiões de cavernas.
Pesquisadora com o exemplar coletado há anos para pesquisas. Foto: Reprodução / Leandro Melo.
Pesquisadores comentam que o tipo de estudo dessas espécies é ainda mais difícil, pela complexidade de entrar em cavernas alagadas.
Uma curiosa característica do cascudo-cego das cavernas é que ele costuma viver nas paredes das cavernas, indo no sentido contrário de seus “parentes”, mais acostumados a viver sob as rochas desses locais.
Características da espécie são marcantes. Foto: Reprodução / Instagram.
Cientistas que estudam o Ancistrus formoso também comentam que a conservação do animal acaba resultando na preservação de outras espécies locais também.
De acordo com o MidiaMax, portal de notícias de Mato Grosso do Sul, participaram da expedição o Bioparque Pantanal, a Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), a Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), a Universidade Federal do Pará (UFPA) e a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), com apoio técnico do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul).
Mergulhos são realizados por pesquisadores para estudo do meio ambiente local. Foto: Divulgação / Pedro Serra (Flickr).
Preservar espécies de peixes que habitam cavernas é uma questão crucial para a conservação da biodiversidade subterrânea e para o entendimento de ecossistemas menos explorados.
Peixes como o cascudo-cego das cavernas, adaptados às condições extremas e muitas vezes isoladas, desempenham papéis essenciais na manutenção do equilíbrio ecológico desses locais.
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