Na última semana, um peixe-leão (Pterois volitans), espécie invasora e altamente venenosa, foi identificado pela primeira vez na Bahia, mais especificamente na região de Morro de São Paulo, um dos destinos turísticos mais populares do estado.
A descoberta gerou um alerta imediato entre biólogos, pescadores e autoridades locais, que se mobilizaram rapidamente para capturar o exemplar e evitar maiores impactos.
Foto: Animalia / disponível sob a Licença Creative Commons Attribution-ShareAlike 3.0
O peixe-leão, nativo do Indo-Pacífico, vem se espalhando pelo litoral brasileiro desde 2014, quando foi visto pela primeira vez no Rio de Janeiro. Desde 2022, os registros aumentaram entre os estados de Pernambuco e Alagoas. No entanto, a presença da espécie na Bahia marca uma nova fronteira para sua invasão no Brasil.
A captura foi realizada por uma equipe multidisciplinar composta por biólogos, oceanógrafos e veterinários da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema) e do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), durante uma operação de monitoramento.
O peixe, que mede 10 cm e possui cores vibrantes como vermelho, laranja e marrom, foi levado ao Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) para análises mais aprofundadas.
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De acordo especialistas, a origem do peixe será investigada, com a possibilidade de ele ter sido trazido pelas correntes marítimas desde Pernambuco, ou, quem sabe, ter se reproduzido localmente, o que indicaria a presença de mais exemplares na região.
O governo da Bahia já notificou os municípios da costa baiana e alertou órgãos ambientais e a Marinha do Brasil para se manterem vigilantes quanto a novos avistamentos.
O peixe-leão é um predador voraz e, sem predadores naturais no Brasil, pode se reproduzir rapidamente. Uma única fêmea pode colocar até dois milhões de ovos, o que facilita sua expansão e coloca em risco a biodiversidade local.
Ao competir por alimentos com espécies nativas, o peixe-leão ameaça diretamente os ecossistemas marinhos da região. Seu veneno, que não é fatal para pessoas saudáveis, pode causar dor intensa, enjoos e até convulsões, como ocorreu com um pescador no Ceará em 2022.
Foto: Animalia / disponível sob a Licença Creative Commons Attribution-ShareAlike 3.0
Diante dessa ameaça crescente, o governo da Bahia montou um plano de resposta rápida, incluindo monitoramento contínuo e o engajamento da comunidade local. A colaboração de pescadores, mergulhadores e banhistas é fundamental para identificar novos exemplares e conter a expansão do peixe-leão.
Este episódio reforça a importância de uma ação coordenada para lidar com espécies invasoras e proteger tanto o meio ambiente quanto as atividades econômicas dependentes dos recursos marinhos. O monitoramento e controle dessa invasão devem ser uma prioridade para as autoridades estaduais, a fim de evitar um cenário ainda mais grave para o ecossistema marinho da Bahia.
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