Com o passar dos anos, diversas espécies de animais vão entrando em perigo de extinção ou, nos casos mais graves, acabam por serem extintos de vez. Entre 200 e 2 mil animais entram em processo de extinção a cada novo ano.
Foi o que aconteceu com o Mordacia praecox, peixe conhecido como Australian brook lamprey. Porém, o caso de sua extinção teve uma reviravolta.
Exemplares da espécie, que já era considerada oficialmente extinta, foram encontrados em Queensland, a quase 1,5km do único habitat que era de conhecimento científico.
Exemplares considerados extintos foram encontrados em outra localidade. Foto: David Moffatt / Griffith University.
Pesquisadores da Universidade de Griffith localizaram os animais e publicaram a pesquisa no Endangered Species Research, conhecido por publicações sobre a ecologia da vida ameaçada, seus requisitos para a sobrevivência e sua proteção.
O Mordacia praecox é muito confundido com um parasita, pela sua aparência diferente das demais espécies de peixes. De acordo com os cientistas da área, essa pode ser uma das razões para que ele tenha sido, praticamente, extinto.
O Australian brook lamprey é uma espécie de água doce, mas os indivíduos encontrados em Queensland foram os primeiros dessa cadeia a serem notados em águas tropicais.
Boca dessa espécie chama a atenção. Foto: Reprodução / Media Store House.
O animal tem um corpo fino e se parece um pouco com a conhecida enguia, chegando até 15cm de comprimento. A sua pele é de cor azulada ou acizentada. Seus olhos são pequenos e se localizam no topo da cabeça.
Já a boca desse animal é a que mais chama a atenção: uma ventosa circular, reforçada por uma forte cartilagem, com a presença de uma espécie de língua-raspadora.
Não é um caso isolado
Apesar de ser algo “fora do normal”, avistar novamente animais que já foram considerados extintos, pode acontecer. E já aconteceu algumas vezes. Conheça alguns casos:
Celacanto: peixe foi visto na África do Sul, em 1938, após ser extinto há mais de 60 milhões de anos.
Foto: Hoberman Collection.
Caranguejo da Serra Leoa: Extinta em 1955, espécie foi encontrada, recentemente, em 2021.
Foto: Reprodução / Listverse.
Salamandra Jackson: Estava na lista de extinção há mais de 40 anos, quando foi vista, novamente, em 2018.
Foto: Reprodução / Listverse.
Takahe: O pássaro extinto em 1898, teve uma colônia descoberta 50 anos depois.
Foto: Reprodução / Pinterest.
Társio pigmeu: Visto na Indonésia em 2008, após ser considerado extinto em 1920.
Foto: Reprodução / Freepik.
Tagarela-de-sobrancelha-negra: Pássaro visto, somente, no ano de 1850. Em 2021, pesquisadores encontraram outros animais da espécie.
Foto: Reprodução / MSPost.
Baleia de Omura: Dada como extinta em 2003, espécie foi vista em 2013.
Foto: Salvatore Serchio.
Tartaruga gigante de Fernandina: Espécie extinta há mais de 100 anos, vista novamente em 2019.
Foto: Reprodução / Galápagos Conservancy.
Aldabra Rail: Extinta há 136 mil anos, espécie de ave reapareceu muitos anos depois.
Foto: Ross Wanless.
Por que isso acontece?
Bom, para os cientistas e pesquisadores especializados nesse tema, muitos dos casos em que enviam uma determinada espécie para a lista de extinção, não são feitos da maneira correta.
Afinal, é muito difícil dizer, com tamanha precisão, que não existe mais nenhum ser daquela espécie em todo o planeta. O número de adultos reprodutores devem ser levados em consideração, além da sua distribuição geográfica e a degradação do habitat natural desses seres.
Foto: Reprodução / Media Store House.
Por isso, após tantos processos, erros podem acontecer. Nesses casos, mesmo após o animal ser considerado extinto, ainda há grupos de indivíduos da mesma espécie por aí.
De uma forma ou de outra, o fato não deixa de ser extremamente curioso.
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