O lago da barragem do Baixo Iguaçu, última usina hidrelétrica antes das Cataratas do Iguaçu, no Paraná, fica entre os municípios de Capanema e Capitão Leônidas Marques, cerca de 460 quilômetros de Curitiba.
Por dois anos, o lago esteve fechado, como tempo de moratória após seu barramento das águas. Mas agora, ele virou o centro das atenções para os apoiadores do meio ambiente.
Com a abertura do acesso ao lago para os pescadores, surgiu a oportunidade para realizar o acompanhamento e, posteriormente, avaliar a evolução das espécies presentes, gerando receita com o turismo e com a pesca esportiva.
Pesca esportiva pode ser praticada no local — Foto: Arquivo Pessoal/Roald Andretta
Utilizando essa vocação, foi criada oficialmente a primeira reserva de pesca esportiva do estado do Paraná, unindo a necessidade de pesquisas e de dados do setor de 'pesca amadora', com a frequência do pescador esportivo ávido por áreas preservadas.
As palavras são de Roald Andretta, coordenador técnico da Superintendência das Bacias Hidrográficas e da Pesca, também em nome da Secretaria de Desenvolvimento Sustentável e Turismo do Paraná.
Em entrevista à Fish TV, Roald comentou que a iniciativa foi possível graças ao apoio do governador do estado do Paraná, Ratinho Júnior que reconheceu o valor da Pesca Esportiva como instrumento de grande geração de divisas e sustentabilidade.
"Nós, assim como a Fish TV, acreditamos nos benefícios que a pesca esportiva tem, tanto como geradora de riquezas, como de instrumento de conservação ambiental", comentou Roald.
O coordenador técnico também atenta para um fato de extrema importância. Além da iniciativa beneficiar, obviamente, o meio ambiente, terá um papel fundamental para os que não praticam a pesca esportiva.
Com isso, mais e mais pessoas poderão compreender os benefícios do pesque e solte, fomentando todo o setor do nosso esporte.
Pesca esportiva poderá se tornar a nova atração da Represa — Foto: Arquivo Pessoal/Roald Andretta
"Para aqueles que não compartilham dessa opinião, será uma grande oportunidade para obter números e comprovar nossas convicções, afinal o local tem vocação para se transformar em um verdadeiro laboratório a céu aberto".
A escolha da área também não foi por acaso. A Represa da Usina Hidrelétrica do Baixo Iguaçu foi bastante estudada e pode ser o palco perfeito para o praticante da pesca esportiva.
Roald comenta que as novas águas trazem a possibilidade de estudar, com mais detalhes, os dados obtidos com essa prática no local.
"A escolha desta área teve, como principal motivo, o fato dela ainda ser intocada após a formação do lago pelo fechamento da barragem, com acesso proibido até então. Assim, possibilitamos unir o ímpeto do pescador esportivo desejoso em experimentar novas águas, com a possibilidade de preservar sua piscosidade, além da oportunidade de mensurar os resultados futuros", disse.
É preciso ficar atento às espécies de peixes e seus cuidados — Foto: Arquivo Pessoal/Roald Andretta
Porém, como é algo novo, talvez tenha um certo tipo de resistência à novidade. Como o local tinha como tradição, a captura e o abate do Mandi, algumas regras foram flexíveis.
Segundo Roald, para não ser extremamente radical e minimizar o impacto da notícia, foram pesquisadas as preferências e as tradições da população lindeira.
Com isso, para respeitá-las, foram mantidas as possibilidades da pesca desembarcada para consumo no local e a pesca embarcada do Mandi Pintado, porém os coordenadores aumentaram o seu tamanho mínimo, de 17 centímetros para 25 centímetros e limitaram sua quantidade para 5 exemplares por pescador.
"Acreditamos no conceito de se vender o peixe mais de uma vez, por isso, defendemos a prática do pesque e solte. Nós defendemos que o peixe para consumo seja oriundo de criadouros, inclusive prevendo na Resolução, a possibilidade que ali seja permitida a produção em tanque-rede, obviamente, desde que atenda à legislação pertinente", finalizou Roald.
Já sobre a posse, transporte a abate das demais espécies de peixes, estão totalmente proibidas na pesca embarcada.
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