Pantanal sofre com focos de incêndio em 2024: números aumentaram em 1025%

Comparando ao mesmo período no ano passado, o bioma passou de 106 pontos de queimadas, para 1.193 neste ano. Bacia do Rio Paraguai também passa por seca alarmante.

Por Marcelo Telles - 10/06/2024 em Notícias / Meio Ambiente - atualizado em 11/06/2024 as 15:43

Os incêndios estão atingindo a região do Pantanal de maneira muito preocupante, com um aumento de 1025% nos focos de fogo, se levarmos em consideração os seis primeiros meses de 2024, comparado ao mesmo período de 2023.


Este ano, a temporada de incêndios começou mais cedo e com uma intensidade significativa. Simultaneamente, a bacia do rio Paraguai, vital para o bioma, enfrenta uma seca recorde, com o nível do rio diminuindo mais de 2 metros abaixo da média.


Ano vem sendo de tristeza pra o Panantal. Foto: Iberê Périssé / Projeto Solos. 


No estado do Mato Grosso do Sul, que abriga cerca de 60% do Pantanal brasileiro, foram registrados 698 focos de incêndio entre janeiro e junho deste ano, um aumento drástico em relação aos 62 focos registrados no mesmo período no ano anterior.


Enquanto isso, em Mato Grosso, onde está localizado, aproximadamente, 40% do bioma, houve um salto de 44 focos em 2023, para 495 em 2024.


Juntos, os dois estados totalizam 1.193 focos de incêndio até o início do mês de junho. Os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o Inpe, revelam que 2024 já é o segundo ano com maior número de incêndios desde 2010 no Pantanal, ficando atrás apenas de 2020.


Animais sofrem com as queimadas e com a seca do Rio Paraguai. Foto: Iberê Périssé / Projeto Solos. 


A temporada de incêndios, que normalmente ocorre entre julho e agosto, começou mais cedo este ano, podendo se estender por até seis meses.


Em Corumbá, no Mato Grosso do Sul, um dos destinos mais procurados do país para a prática da pesca esportiva, a falta de chuvas persiste há mais de 50 dias, criando condições propícias para incêndios florestais e gerando uma densa camada de fumaça sobre a região.


A seca também impacta severamente o Rio Paraguai, afetando tanto o estado do Mato Grosso quanto Mato Grosso do Sul. O nível do rio próximo à Corumbá, está mais de 2 metros abaixo da média histórica, segundo o Serviço Geológico do Brasil.


Peixes mortos à beira do Rio Paraguai. Foto: Reprodução. 


Essa escassez de chuvas também é observada em todo o estado de Mato Grosso do Sul, com valores de precipitação muito abaixo da média para o mês de maio, com previsões nada otimistas para este mês de junho.


Além das consequências ambientais, a baixa do rio já está causando problemas em vários setores. O abastecimento de água, principalmente em cidades como Cuiabá e Corumbá, está comprometido. A navegação fluvial também pode ser impedida e a geração de energia hidrelétrica afetada.


As atividades de pesca esportiva, turismo e lazer também enfrentam complicações devido à situação crítica do rio Paraguai.


As queimadas no Pantanal representam uma ameaça devastadora para o meio ambiente, desencadeando uma série de impactos negativos que vão para além das fronteiras do bioma.


Panantal tem piora significativa nos focos de queimadas. Foto: Reprodução / Hora do Povo. 


Esses incêndios, que têm se intensificado ao longo dos anos, provocam danos irreparáveis à fauna, flora e ecossistemas antes tão equilibrados. Eles podem levar à perda de habitats vitais para uma imensa variedade de espécies.


Além disso, a fumaça resultante das chamas polui o ar local e prejudica a qualidade de vida, não apenas das áreas afetadas, mas também em regiões distantes.


Já o aumento da frequência e intensidade desses incêndios, contribui significativamente para a degradação ambiental que, por sua vez, impacta diretamente a bacia do Rio Paraguai.


Além da falta de chuva, a redução da cobertura vegetal devido às queimadas, resulta em menos água sendo retida no solo e, portanto, ainda menos água sendo direcionada para os rios e afluentes.


A diminuição dos níveis de água torna a reprodução e alimentação dos peixes migratórios mais difíceis, afetando todo o seu bem estar, além da prática do pesque e solte.


Seca do Rio Paraguai assusta a todos. Foto: Reprodução. 


As queimadas no Pantanal não são apenas uma tragédia ambiental, mas também desencadeiam uma série de consequências negativas, como um efeito “bola de neve”, afetando todo o nosso meio ambiente.


O Pantanal é uma das nossas maiores riquezas, e precisamos debater sobre sua preservação!


 

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