De 100 a 1.000 anos. Esse é o tempo que o plástico, num geral, pode levar para se decompor completamente na natureza.
Afinal, como ele é feito através de materiais sintéticos, não existem microorganismos para ajudar em sua decomposição. E, infelizmente, vemos grande parte desse material nas águas dos nossos rios e dos nossos oceanos.
De acordo com estudo liderado pelo pesquisador ambiental alemão Christian Schmidt, os oceanos já contém cerca de 171 trilhões de partículas de plástico; números estes que, se nada for feito, devem continuar aumentando.
Afinal, se as previsões se confirmarem, no ano de 2050 as empresas devem produzir cerca de 1 bilhão de toneladas de plástico POR ANO, segundo pesquisa da USP, Universidade de São Paulo. Esse número já é maior que o dobro do que os índices atuais. A informação assusta, mas é preciso lembrar que tudo pode (e precisa) ser mudado.
Plásticos deixados nas margens são um dos principais "vilões". Foto: Reprodução / Tratamento de Água.
Nós, que tanto defendemos a pesca esportiva e o bem-estar de todas as espécies de peixes, por exemplo, precisamos nos unir para dar um fim a esse mal.
Isso porque os chamados microplásticos, pequenos fragmentos do material, podem causar problemas graves para os peixes, como obstruções digestivas, intoxicação por toxinas e alterações no comportamento e em sua reprodução. Além disso, eles afetam toda a cadeia alimentar aquática e podem enfraquecer o sistema imunológico dos peixes.
Grande parte desses pequenos resíduos são levados até os oceanos pelas águas de nossos rios. De acordo com o National Geographic, dois grupos distintos de pesquisadores concluíram que 90% dos plásticos presentes nos mares são transportados através de rios, com grande destaque para rios asiáticos e africanos.
Porém, os pesquisadores também chamaram a atenção para os três maiores rios do planeta como transmissores: o Nilo, o Yangtze e o nosso Rio Amazonas.
Nos rios, todo tipo de plástico é encontrado. Foto: Ecobarreira Rio Atuba.
Para evitar que o plástico chegue à natureza, especialmente em nossos rios e oceanos, é crucial adotar medidas drásticas.
Por exemplo: reduzir o uso de plásticos descartáveis, promover a reciclagem adequada, incentivar a utilização de alternativas sustentáveis, implementar e reforçar políticas de gestão de resíduos, limpar áreas de poluição plástica e aumentar a conscientização pública sobre a importância da redução do uso de plásticos e o impacto ambiental associado.
No ano passado, um relatório foi publicado pela ONU, onde foram apresentadas soluções para que sejam reduzidas a poluição por plásticos em todo o planeta.
A pesquisa apontou que a reciclagem e a reutilização desses materiais podem reduzir, até o ano de 2040, em até 80% a presença deles na natureza.
Mutirões de limpeza
Mutirões de limpeza têm retirado toneladas de lixo dos nossos rios e praias. Foto: Ecobarreira Rio Atuba.
Cada vez mais, para combater esse mal, temos visto mutirões de limpeza nas margens dos rios; muitos organizados por competições de pesca esportiva.
Esses projetos começam com um planejamento, como a organização de uma equipe de voluntários, a definição da área a ser limpa e a obtenção de permissões necessárias.
Assim, os voluntários usam sacos de lixo e luvas para coletar resíduos das margens e da água, que são então separados para reciclagem ou descarte apropriado.
Após a coleta, o lixo é transportado para centros de triagem ou aterros.
Ecobarreiras
Ecobarreiras têm representado um papel fundamental pelo bem do meio ambiente. Foto: Ecobarreira Rio Atuba.
Em alguns rios brasileiros, já vemos a existência das “barreiras naturais”, que são feitas com galões, cordas e redes, de uma forma muito bem pensada e organizada, amarradas de ponta a ponta, com o objetivo de reter os resíduos e lixos pesados que são jogados nos rios e levados pela força das águas.
A ação, que tem impedido toneladas de lixo de avançarem para outras regiões, também é totalmente benéfica, não só para as águas em si, mas para a vida dos animais e dos peixes que ali vivem.
Em algumas regiões, dependendo de sua localidade, as barreiras têm impedido, inclusive, que toda essa quantidade de lixo avance para o mar.
Em locais onde estão as ecobarreiras, também é perceptível a mudança na atitude das pessoas que, ao se depararem com as barreiras e o lixo retido, perceberam o quão negativo pode ser o descarte de resíduos nos rios e em suas respectivas margens.
Cada vez mais, projetos estão sendo realizados para limpar a natureza dos plásticos. Foto: Ecobarreira Rio Atuba.
A mobilização contra o uso de plásticos próximo às praias e rios deve ser mundial!
Se nada for feito, podemos enfrentar consequências graves, como a poluição generalizada das águas, afetando a vida aquática e prejudicando a saúde dos ecossistemas.
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