Pescador esportivo, responda: qual o momento mais marcante na vida de um praticante do pesque e solte?
Sem dúvida nenhuma, é aquele em que seguramos um peixe gigante, tiramos uma foto para registro e o devolvemos às águas, em totais condições de voltar à vida normal. Pois, infelizmente, momentos como esse podem estar com os dias contados.
De acordo com a pesquisa de 25 cientistas, liderados pela pesquisadora Inês S. Martins, da Universidade de York, na Inglaterra, foi definido: com o passar dos anos, os peixes estão ficando menores, em todo o planeta.
Para os estudiosos, as principais causas são a pesca predatória e o aquecimento global.
Peixes menores estão em maior número que os maiores. Foto: Jorge Silva / Veja.
A primeira, é óbvia: a matança de peixes que ocorre nessa atividade, dizima uma quantidade grande desses animais, principalmente, os de maior tamanho e peso. Com isso, no mundo inteiro, vemos mais peixes menores do que os maiores, que, antes, dominavam as águas.
Outro fator muito importante é em relação às mudanças climáticas, que aquecem as águas dos oceanos, dificultando a respiração dos exemplares, “freando” o crescimento e encurtando os exemplares das gerações futuras.
Além disso, com o aquecimento das águas, os oceanos ficam mais “ácidos”, destruindo diversas fontes de alimentos desses peixes. As respostas biológicas dos peixes à mudança global, incluem todas essas mudanças direcionais nos traços do organismo.
Peixes estão respirando com maior dificuldade por conta do aquecimento das águas. Foto: David Doubilet / National Geographic.
Um caso curioso é no Alaska, em uma das regiões mais frias do planeta, em que o salmão diminuiu em, aproximadamente, 6% o seu tamanho. O estudo foi publicado na revista Science, uma das referências em artigos científicos, com revisões originais, protocolos e recursos de ensino.
Para os pesquisadores, o tamanho dos peixes ser reduzido não impacta, exclusivamente, na pesca esportiva. De acordo com o estudo, mais de 3 bilhões de pessoas podem sofrer com esse impacto nos próximos anos.
Pesquisa mostra dados preocupantes para todo o planeta. Foto: Reprodução / Pesquisa Inês S. Martins.
Na pesquisa, é apresentado, como exemplo, um exemplar do mesmo peixe do ano 2000, com um outro do ano de 2050. O peixe de 2050, de acordo com os cientistas, deve ser entre 14% e 24% menor do que em comparação ao exemplar de 2000.
Como impedir esse fenômeno?
Pescador esportivo com seu exemplar gigante. Foto: Reprodução / Instagram Wayne Davis.
É uma tarefa muito simples, mas que precisa ser praticada por todos: o combate TOTAL à pesca predatória e o apoio, também TOTAL, às atividades sustentáveis, como a pesca esportiva.
Outro fator, tão importante quanto, é a proteção geral ao meio ambiente do planeta Terra, colocando a natureza como o bem mais precioso que o ser humano possui.
Se todos nós nos unirmos para combater esses males citados na matéria, vamos poder continuar pescando peixes grandes e devolvendo-os para as águas, dando a oportunidade de mais pescadores esportivos sentirem o mesmo prazer!
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