O Brasil está em chamas! Fumaça das queimadas na Amazônia chega até o Rio Grande do Sul!

Com pior temporada de queimadas em 17 anos, Amazônia também sofre com a seca em diversos rios da região, que tem atingido vários estados. O que está acontecendo?

Por Marcelo Telles - 23/08/2024 em Notícias / Meio Ambiente - atualizado em 23/08/2024 as 12:44

A nossa natureza clama por socorro! A Amazônia, maior floresta tropical do mundo, está passando pelo seu pior momento, se levantarmos os números dos 17 últimos anos, com relação às queimadas na região.


Com esse recorde negativo, os ventos fortes, que costumam transportar a umidade da Amazônia para outros locais, acabaram levando a fumaça para todas as regiões do pais, chegando, inclusive, até o extremo sul brasileiro, no estado do Rio Grande do Sul.


Gráfico mostra a atual situação da Amazônia e dos "rios de fumaça. Foto: NOAA / BBC. 


De janeiro até o momento, a Floresta Amazônica registrou 59 mil focos de incêndio, o maior número desde 2008, com a tendência de se intensificar ainda mais. Apenas neste mês de agosto, foram mais de 22 mil focos; no ano passado, nesse período, foram 12 mil.


Como se espalha por todas as regiões, esses chamados “rios de fumaça” ou “corredores de fumaça”, repletos de carbono tóxico, também atingem o Pantanal, outro bioma que está sofrendo demais com o número de queimadas.


Incêndios voltam a preocupar na Amazônia. Foto: Reprodução / InfoAmazônia. 


Porém, outro problema, tanto na Amazônia, quanto no Pantanal, sem contar outras regiões do país, é em relação à seca dos rios, atingindo níveis extremamente baixos.


Afinal, tudo está interligado. Com a baixa umidade no Norte, as chuvas diminuem em todo o Brasil, fazendo com que a seca seja cada vez mais intensa. No Amazonas, por exemplo, vinte cidades já estão em situação de emergência.


Secas estão atingindo níveis extremamente baixos. Foto: Michael Dantas / AFP. 


Muitas embarcações, inclusive, estão ficando encalhadas no fundo dos rios, tamanha a seca na região. As cidades do Alto Solimões, como Tabatinga, por exemplo, estão enfrentando uma situação ainda mais crítica, com dificuldades para receber insumos e água potável.


Para se ter uma noção, no ano passado, nesse período, o nível do rio em Tabatinga era de mais de 2,5 metros. Hoje, incrivelmente, ele está com 7 centímetros!


Em locais que antes eram grandes quantidades de água, pessoas conseguem caminhar a pé. Foto: Divulgação / Defesa Civil. 


As queimadas estão trazendo, como sempre, uma série de malefícios profundos e abrangentes para o meio ambiente e para toda a população brasileira.


Além de destruir a vegetação, reduzindo drasticamente a biodiversidade ao eliminar plantas, árvores e habitats essenciais para muitos animais, ela acaba levando ao colapso de ecossistemas inteiros, resultando em uma perda irreparável de espécies e a degradação dos serviços ambientais que as florestas prestam, como a umidade e a purificação do ar e da água.


Sem contar a forte liberação de grandes quantidades de dióxido de carbono, o CO2, além de outros gases responsáveis pelo efeito estufa na atmosfera, contribuindo para o aquecimento global e alteração do clima.


De acordo com pesquisadores, uma pessoa adulta respira, em média, 15 mil litros de ar por dia. Se o ar estiver poluído com esses gases, aumenta, inclusive, o risco para a saúde humana.


As queimadas recordes na Amazônia trazem efeitos extremamente negativos. Foto: Reprodução / MetSul Meteorologia. 


Já as secas dos nossos rios também têm uma série de efeitos negativos. Por exemplo, quando os rios enfrentam períodos prolongados de estiagem, há uma redução significativa na quantidade de água disponível, o que pode levar à diminuição dos níveis até à secagem completa de alguns cursos d'água. 


Esse impacto direto afeta a fauna e flora aquáticas, reduzindo os habitats disponíveis para peixes, plantas aquáticas e outros organismos essenciais para o equilíbrio desses ecossistemas.


A escassez de água compromete a sobrevivência dessas espécies e pode levar à extinção local de algumas delas.


Alguns locais estão irreconhecíveis por conta da seca. Foto: Reprodução / Agência Brasil. 


Com toda certeza, diretamente, isso também impacta as atividades sustentáveis nessas regiões, como a pesca esportiva. Com secas prolongadas e menos peixes nas águas, praticar o pesque e solte nesses lugares pode se tornar insustentável.


Quanto aos “rios de fumaça”, com a chegada de uma frente fria no sul do país, trazendo frio e chuva, a atmosfera deve ser limpa. Em outros locais, porém, a situação deve permanecer e a camada densa de fumaça deve persistir na região Norte, além de Mato Grosso e Bolívia.


Em Manaus, capital do Amazonas, por exemplo, foi indicado o uso de máscaras, por conta da grande quantidade de fumaça.


Situação atual de Manaus, capital do Amazonas. Foto: William Duarte / Rede Amazônia. 


De acordo com especialistas, esse problema ainda vai durar um tempo. A trégua só deve ocorrer quando chegar uma estação mais chuvosa, em outubro (que deve atrasar este ano) ou quando os incêndios diminuírem, aumentando a umidade pelo nosso país.




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