Novos locais de ocorrência de Peixes das Nuvens são descobertos por pesquisadores

Profissionais da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro encontraram novos locais do tipo de peixe que possui espécies ameaçadas de extinção.

Por Marcelo Telles - 06/09/2023 em Notícias / Meio Ambiente

Pesquisadores conseguiram identificar três novas ocorrências dos Peixes das Nuvens. O trabalho foi feito por pesquisadores do Laboratório de Ecologia de Peixes da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, em um trabalho de doutorado de Gustavo Henrique Soares Guedes, desenvolvida através do Programa de Pós-graduação em Biologia Animal da Universidade. As informações são da Agência Brasil.


Os chamados de Peixes das Nuvens, são peixes rivulídeos raros, que possuem características em comum, dentro mais de 300 espécies espalhadas pelo país. Num geral, são peixes bem pequenos, com até 4 centímetros, tendo como características mais marcantes os padrões de colorido das espécies e seus tipos de desenvolvimento.


Anualmente, eles podem ser encontrados em ambientes aquáticos sazonais, formados durante o período das chuvas, podendo permanecer secos por longos períodos. Os ovos ficam enterrados, se desenvolvendo dentro do substrato úmido até a próxima estação chuvosa. Com isso, os brejos se enchem, novamente, e os ovos eclodem.


Há também o desenvolvimento não anual, que vivem em brejos e riachos perenes e são encontrados em todas as épocas do ano.



Possuem esse nome porque, pelas suas características, se acreditava que eles vinham do céu, junto da chuva. Existem, aproximadamente, 130 espécies dos Peixes das Nuvens que correm risco de extinção, de acordo com a Lista Oficial das Espécies Ameaçadas de Extinção do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, o ICMBio.


Os três novos locais foram descobertos, justamente, no estado do Rio de Janeiro: na Baía de Sepetiba e no município de Seropédica-RJ, com duas ocorrências. Em uma dessas ocasiões, a descoberta do peixe foi feita dentro do próprio campus da UFRRJ.


A espécie descoberta pelo doutorando é a Notholebias minimus, nativa do estado do Rio e da Mata Atlântica.


De acordo com o doutorando e com o levantamento feito pela Agência Brasil, os Peixes das Nuvens também têm uma forte influência no tráfico de animais, onde os traficantes possuem um forte interesse, não na espécie em si, mas em seus ovos, já que estes conseguem sobreviver durante meses sem água, por serem muito resistentes.



De acordo com Gustavo, toda a equipe vai permanecer monitorando e fazendo um mapeamento dos locais de ocorrências desses peixes em todo o país. Para os especialistas, uma medida que ajudaria a proteger os Peixes das Nuvens seria o estabelecimento de Unidades de Conservação.


A pesquisa da UFRRJ foi feita sob orientação do professor do Departamento de Biologia Animal da instituição, Francisco Gerson Araújo, coordenador do LEP e contou com financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) e do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio - Conservando o Futuro).



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