Mudanças climáticas colocam em risco espécies marinhas e de águas doces

Estudos apontam que o aquecimento global pode reduzir em até 20% as populações de peixes até o final do século. Corais também enfrentam a ameaça.

Por Marcelo Telles - 07/01/2025 em Notícias / Meio Ambiente - atualizado em 07/01/2025 as 15:17

As mudanças climáticas estão transformando rapidamente os ecossistemas aquáticos, colocando em risco a biodiversidade marinha e de águas doces. A elevação das temperaturas globais, a alteração nos níveis de oxigênio e o aumento da acidez dos oceanos estão afetando diretamente diversas espécies, especialmente os peixes e corais.


O impacto no equilíbrio ecológico das águas pode ser catastrófico para a fauna e para toda a cadeia alimentar, além dos seres humanos que também dependem desses recursos.


De acordo com um estudo recente publicado na revista Nature Communications, as populações de peixes podem sofrer uma redução de até 20% até o final deste século devido ao aquecimento global.


Foto: Greenpeace Brasil.


O levantamento, que analisou as tendências de mudança nas temperaturas oceânicas e seus efeitos sobre os habitats marinhos, aponta que as espécies mais vulneráveis, como o atum e o peixe-espada, estão enfrentando as maiores dificuldades.


Estes animais necessitam de ambientes com temperaturas mais estáveis, e o aumento da temperatura da água compromete suas condições de vida, incluindo a disponibilidade de alimentos e os padrões de reprodução.


O fenômeno do aquecimento global também afeta diretamente a capacidade dos ecossistemas aquáticos de fornecerem oxigênio. A água quente contém menos oxigênio, o que torna os habitats marinhos ainda mais inóspitos.


Além disso, as alterações na salinidade e na química da água, causadas pelas mudanças climáticas, tornam esses ambientes ainda mais desafiadores para muitas espécies, tornando-as mais suscetíveis a doenças, alterações nos padrões migratórios e até à extinção.


Foto: José Sabino.


Um dos maiores impactos, porém, ocorre nos recifes de corais. Essas estruturas subaquáticas, que abrigam uma biodiversidade impressionante e são essenciais para a manutenção dos ecossistemas marinhos, estão sendo devastadas por um processo conhecido como "branqueamento de corais".


Esse fenômeno ocorre quando a água dos oceanos se aquece demais, levando os corais a expulsarem as algas simbióticas que vivem em seu interior e que fornecem nutrientes essenciais para sua sobrevivência. Sem as algas, os corais perdem sua cor vibrante e ficam mais suscetíveis a doenças e morte.


Foto: Reprodução / InfoEscola.


O National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA) aponta que 50% dos recifes de corais do mundo já estão em risco de extinção. Essa perda, além de afetar os corais, também impacta na fauna marinha que depende deles para viver, como peixes, crustáceos e outras espécies.


Além disso, os corais desempenham um papel crucial na proteção das costas contra a erosão, ajudando a amortecer os impactos de tempestades e marés altas.


Foto: Reprodução / National Geographic.


As espécies de água doce também estão sendo gravemente afetadas. Rios, lagos e sistemas fluviais estão enfrentando alterações significativas devido ao aumento das temperaturas e às mudanças nos padrões de precipitação.


O aquecimento reduz a disponibilidade de oxigênio nesses corpos d'água, afetando a sobrevivência de peixes e outras espécies aquáticas.


O futuro da fauna aquática, dos corais e da biodiversidade marinha depende das decisões que tomarmos hoje. O tempo está se esgotando, e a necessidade de ação é imperativa para garantir que as gerações futuras possam desfrutar desses recursos vitais para a vida na Terra.




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