Mais de 130 espécies de peixes correm risco de extinção no Piauí, de acordo com ONG

Segundo cálculos da Comissão Ilha Ativa, pelo menos 133 espécies estão em perigo. Causa principal é a pesca predatória.

Por Marcelo Telles - 23/08/2023 em Notícias / Meio Ambiente - atualizado em 23/08/2023 as 15:53

Atividades de proteção ambiental, como a própria pesca esportiva, abrangem uma área muito maior do que parece. A prática do pesque e solte, por exemplo, muito mais do que um simples esporte, é sempre feita com o intuito de mostrar para a população os benefícios de se manter os peixes vivos e saudáveis.


No litoral do estado do Piauí, biólogos e pesquisadores chegaram ao número aproximado de 133 espécies de peixes que correm o risco de serem extintos.


Os dados foram levantados pela ONG chamada de CIA, a Comissão Ilha Ativa, que realiza a assessoria para comunidades da região que se encontram dentro da área de proteção ambiental do Delta do Parnaíba, foz do Rio Parnaíba.



Criada em 2006, a CIA vem desenvolvendo projetos desde 2010, participando de conselhos, comissões e comitês, realizando pesquisas. O grupo também capacita sua equipe técnica nas temáticas de geração de trabalho e renda, conservação e preservação ambiental, educação ambiental, organização e inclusão social e cidadania.


Porém, apesar de sempre reforçarmos a importância da pesca esportiva, na contramão dessa prática está, infelizmente, ainda em números altíssimos, a prática da pesca predatória, atividade pesqueira que é realizada de maneira totalmente desenfreada, sem se importar com qualquer medida sustentável.


É um tipo de pesca excessiva praticada pela ação humana. Para os especialistas, além das mudanças climáticas, que estão impactando negativamente todos os cantos do planeta, a pesca predatória é o principal fator causador desse número preocupante.


Todavia, não são apenas os pesquisadores que estão percebendo esses números. Na prática, os pescadores do local são os que mais estão sentindo a diminuição de exemplares.



Para biólogos que trabalham junto à Comissão Ilha Ativa, o atual cenário já vem se desenhando há tempos, mas os números estão assustando, cada vez mais.


De acordo com levantamentos realizados, cerca de 52% das espécies de peixes que possuem valor comercial está acabando. Dentro desse cálculo, 8% das espécies já nem existe mais.


Medidas para frear a pesca predatória estão sempre sendo feitas, mas elas precisam ser intensificadas. Se os números já não eram bons, os valores estão ainda mais preocupantes e é preciso ficar atento aos sinais da natureza.


É preciso agir urgentemente, antes que seja tarde.



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