La Niña: depois do El Niño, outro fenômeno climático vem chamando atenção

Fenômeno La Niña é caracterizado pela diminuição da temperatura da superfície das águas do Pacífico. No Brasil, como consequência, chuvas e secas devem atingir diferentes pontos.

Por Marcelo Telles - 06/06/2024 em Notícias / Meio Ambiente - atualizado em 06/06/2024 as 11:54

Após um intenso período de calor, caracterizado pelo famoso fenômeno El Niño, chegou a vez do resfriamento global com o retorno do La Niña.


Apesar de trazer consequências para o clima do Brasil, especialistas apontam que os impactos nas temperaturas podem ser pequenos, devido às contínuas emissões de gases de efeito estufa.


O La Niña é identificado pela redução da temperatura da superfície das águas das regiões do Oceano Pacífico Tropical Central e Oriental. De maneira global, o La Niña pode intensificar a temporada de furacões no Oceano Atlântico.


De acordo com a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos (NOAA), a previsão é de que tenhamos, neste ano de 2024, entre quatro e sete furacões de categoria 3 ou superior, nestas regiões. No sudeste asiático, porém, espera-se que o fenômeno traga temperaturas mais amenas.


Furacões devem se intensificar em algumas partes do planeta. Foto: Reprodução / Hype Science. 


No Brasil, apesar de diminuir a temperatura, o fenômeno não causará muitas mudanças nos termômetros.


Porém, de acordo com as análises do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), há uma probabilidade significativa de que, entre os meses de junho, julho e agosto deste ano, bem no meio do inverno brasileiro, o país experimente os efeitos desse fenômeno, com chuvas acima da média nas regiões Norte e Nordeste.



Chuva deve voltar a preocupar algumas regiões do Brasil. Foto: Antônio Souza / Agência Globo. 


Já nas regiões Sul, Centro-Oeste e Sudeste, as chuvas podem ser irregulares, aumentando os riscos de períodos de seca ou estiagem, especialmente durante a primavera e o verão, que virão na sequência.


Além dos impactos imediatos do fenômeno La Niña nas condições climáticas regionais, sua recorrência ressalta a complexidade da crise climática global.


A interação entre eventos climáticos naturais, como La Niña e El Niño, e as mudanças climáticas impulsionadas pela atividade humana, torna-se cada vez mais evidente e preocupante. A crise climática contribui para a intensificação e a frequência desses eventos extremos em todo o mundo.


Enquanto o La Niña tende a resfriar certas regiões, as mudanças climáticas globais aumentam a probabilidade de outros eventos extremos, como ondas de calor, secas prolongadas, tempestades intensas e aumento do nível do mar.


Fenômeno La Niña pode trazer mudanças durante o inverno do Brasil. Foto: Reprodução / MetSul. 


Essa interconexão entre os fenômenos pode trazer consequências devastadoras para comunidades vulneráveis em todo o mundo.


Compreender a crise climática requer uma abordagem que leve em consideração, não apenas os padrões climáticos naturais, como La Niña e El Niño, mas também as emissões de gases de efeito estufa e as atividades humanas que estão impulsionando essas mudanças, como a destruição do meio ambiente e a falta de atividades sustentáveis.  



Avalie esta notícia:

MAIS NOTÍCIAS