O inverno começa hoje no Hemisfério Sul, mais precisamente às 17h51. Porém, ele já chega marcado pelas temperaturas acima da média para essa época do ano, em diversas regiões.
De acordo com especialistas do Climatempo e do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a temporada deve ser influenciada pelo fenômeno La Niña, o que pode resultar em mais frentes frias no Brasil. No entanto, é esperado que os períodos de temperaturas mais altas predominem, especialmente devido à persistência de uma massa de ar seco sobre o país até os final do outono.
Fenômeno pode trazer consequência desagradáveis para diversos setores. Foto: Reuters / Augistin Macarian.
O La Niña é identificado pela redução da temperatura da superfície das águas das regiões do Oceano Pacífico Tropical Central e Oriental. De maneira global, o La Niña pode intensificar a temporada de furacões no Oceano Atlântico.
Apesar de trazer consequências para o clima do Brasil, especialistas apontam que os impactos para as baixas temperaturas devem ser pequenos, devido às contínuas emissões de gases de efeito estufa.
Meteorologistas também comentam, porém, que as temperaturas devem começar a diminuir em torno do dia 23 deste mês, no primeiro fim de semana da nova estação. Mas logo, devem subir novamente.
Dias frios devem ser mais fracos do que nos anos anteriores. Foto: Denny Cesare / Código19.
Apesar de um início potencialmente mais frio, não é esperado que os extremos de baixas temperaturas sejam constantes ao longo da estação. A previsão aponta para um equilíbrio entre dias mais quentes do que o normal e períodos de frio, com uma tendência geral para temperaturas mais elevadas na maior parte do país.
Especialmente no final da estação, entre agosto e a primeira quinzena de setembro, podemos ter, inclusive, novas ondas de calor.
Para os especialistas, o mês de junho deve ser quente devido à influência contínua da massa de ar seco e quente sobre o país, mantendo as temperaturas elevadas e a umidade baixa em várias regiões (em torno de 25% em alguns locais).
Por que isso acontece?
Fenômeno La Niña, junto do fenômeno El Niño, trazem consequências em diversas partes do planeta. Foto: Reprodução / CompreRural.
Com as mudanças climáticas em curso, o Brasil é um dos países que vem enfrentando esses dias mais quentes e secos, mesmo durante o inverno.
Fenômenos como o aumento da temperatura média global e variações nos padrões atmosféricos têm contribuído para essa tendência.
No contexto atual, vemos uma maior frequência de períodos conhecidos como "veranicos" durante a estação mais fria, caracterizados por dias consecutivos de calor acima da média e baixa incidência de chuvas (normalmente, 4 dias ou mais).
Temperaturas acima da média podem acontecer com maior frequência neste inverno. Foto: Wesley Resende / Estadão.
Essas condições são influenciadas por fatores como a intensificação do efeito estufa e a modificação dos padrões de circulação atmosférica, resultando em temperaturas mais elevadas do que o esperado para o inverno.
Para os meteorologistas, essas mudanças podem ter impactos significativos na saúde, na agricultura e nos recursos hídricos, ressaltando a importância de monitorar os efeitos das mudanças climáticas para garantir um futuro sustentável.
O inverno no Hemisfério Sul começa hoje, quinta-feira, dia 20 de junho, terminando no dia 22 de setembro, um domingo.
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