Após uma semana da tragédia em Mariana (MG), a Samarco recebeu nesta quinta-feira, dia 12, uma multa do Ibama no valor de R$ 250 milhões devido os impactos negativos ao meio ambiente causados pelo rompimento das barragens, que aconteceu no dia 5 deste mês. Até o momento são cinco autos de infração no valor de R$ 50 milhões cada. Os dirigentes da Samarco já foram notificados e terão vinte dias para pagar as multas com 30% de desconto ou recorrer administrativamente.
As autuações foram definidas após vistoria realizada pela presidente do Ibama, Marilene Ramos. "Nada vai reparar o drama humano e os danos ambientais causados por esta situação, mas a empresa precisa ser penalizada pelo que provocou. O Ibama também vai entrar com uma Ação Civil Pública para garantir recursos para indenizar as famílias e reparar os danos materiais e ambientais", diz.
A Samarco foi autuada por causar poluição hídrica, tornar áreas urbanas impróprias para ocupação humana, causar interrupção do abastecimento público de água, lançar resíduos em desacordo com as exigências legais e provocar a mortandade de animais e a perda da biodiversidade ao longo do rio Doce, resultando em risco à saúde humana.
Segundo o diretor de Proteção Ambiental do Ibama, Luciano Evaristo, foram considerados os danos ambientais resultantes do desastre, em especial os que afetaram bens da União, como rios federais. "Como a mancha continua se deslocando pelo rio Doce em direção ao oceano, outros autos poderão ser lavrados", afirma.
De acordo com informações da Assessoria de Comunicação do Ibama, o volume do material extravasado foi estimado em 50 milhões de metros cúbicos. Uma quantidade que encheria, por exemplo, 20 mil piscinas olímpicas. Até o momento foram confirmadas oito mortes e há pelo menos 19 desaparecidos.