Estudo aponta risco à biodiversidade causado por construção de usinas hidrelétricas

O levantamento, que mobilizou cientistas de vários países, contou com participação de professora da Unifesp

Por Fish TV - 06/04/2016 em Notícias / Meio Ambiente


A construção de usinas hidrelétricas nas bacias dos rios Mekong (Ásia), Congo (África) e Amazonas (América do Sul) representa ameaça às espécies de peixes dessas regiões. É o que aponta um artigo publicado na Revista Science, em que o estudo mobilizou um grupo de cientistas dos Estados Unidos, Alemanha, Canadá, Camboja e Brasil. O levantamento contou com a participação da professora Gislene Torrente-Vilara, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). 

 De acordo com a pesquisa, a construção de hidrelétricas sem planejamento adequado potencializa os impactos negativos desses empreendimentos. "Grandes rios tropicais, como os amazônicos, concentram uma incrível biodiversidade. Para garantir a proteção, o Brasil conta com um excelente modelo de licenciamento ambiental. Porém, a decisão sobre a construção de um empreendimento hidrelétrico tem desconsiderado os aspectos técnicos e científicos legais", argumenta Gislene.
 
O estudo mostra que a Usina de Belo Monte, que está sendo erguida no Rio Xingu, no Pará, pode representar um recorde mundial de perda de biodiversidade. O rio abriga mais de 450 espécies de peixes em suas águas e, minimamente, 50 delas são endêmicas da Amazônia. "A integridade dos rios e florestas do Xingu, entre outros da Amazônia, tem garantido a sustentabilidade dos povos regionais há milênios, com exemplos de real desenvolvimento sustentável. Nós não temos o direito de extingui-las com base em decisões políticas e energéticas", ressalta a professora. 
 
Atualmente estima-se que 25% das espécies de peixes de água doce do planeta foram extintas devido à fragmentação dos rios para construção de hidrelétricas. Hoje, a bacia mais ameaçada é a do Rio Tapajós, com 43 empreendimentos planejados, sendo que dez deles estão previstos para serem finalizados até 2022. Também contribuíram para a extinção o desmatamento ciliar, a poluição proveniente do esgoto urbano e industrial, e as obras de retilinização e canalização. 


Fonte: Imprensa Unifesp
Crédito foto: Internet 

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