Pesquisadores de diferentes universidades do país
apresentaram na última semana, em formato de workshop online, os resultados de
um estudo sobre os impactos ambientais e socioeconômicos da instalação de
hidrelétricas na bacia do Alto Paraguai, no Centro-Oeste do país. A pesquisa
considerou a localização de 180 empreendimentos, previstos ou já em operação na
região que abrange parte do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul, e que
inclui o Pantanal - a maior área úmida contínua do planeta.
Como resultado de 42 meses de trabalho, o estudo
possibilitou o mapeamento de áreas estratégicas para a preservação ambiental e
que, por esse motivo, deveriam ficar livres de barragens, e de áreas
não-estratégicas, onde a instalação de um obstáculo artificial não traria prejuízos
significativos ao estoque pesqueiro. A manutenção do estoque pesqueiro é
fundamental para garantir o turismo de pesca esportiva na região.
“Temos quase 70% dos empreendimentos previstos
localizados em áreas não-estratégicas, sem impacto para o estoque pesqueiro.
Nas áreas com conflito, tenho número menor de empreendimentos, 30% dos
empreendimentos previstos”, destacou, durante o evento, o superintendente da
Agência Nacional de Águas (ANA) Sérgio Ayrimoraes.
Buscando compatibilizar os múltiplos usos da bacia, a
ANA patrocinou o trabalho, que foi conduzido pela Fundação Eliseu Alves e envolveu mais de 80 pesquisadores e 23 instituições. O levantamento
científico foi encomendado com o objetivo de fornecer informações técnicas para
balizar tomadas de decisão sobre onde e como empreendimentos hidrelétricos
podem ser instalados, além de dar suporte à elaboração do Plano de Recursos Hídricos (PRH) da Região Hidrográfica do Rio Paraguai. O PRH Paraguai foi
aprovado em 2018 e deve ser atualizado a partir dos resultados mais
recentes dessa pesquisa, divulgados neste ano.
Pesca
Esportiva na região
Além de se dedicarem a questões
como conectividade, qualidade da água, regime hidrológico, sedimentação e
ictiofauna, os pesquisadores também levantaram dados que caracterizam o turismo
de pesca esportiva na Região Hidrográfica do Rio Paraguai. Confira a seguir
alguns números apresentados no terceiro e último dia do evento. Os dados são
referentes à temporada de pesca (oito meses/ano). O estudo completo está disponível
no site da ANA.
Turismo de pesca
Mato
Grosso:
- 100 mil turistas (fluxo/ano)
- 172 empregos com R$1,6 milhão em salários/ano
- Geração de R$32,5 milhões/ano em faturamento com atividade
turística
Mato
Grosso do Sul:
- 123 mil turistas (fluxo/ano)
- 561 empregos com R$12,0 milhões em salários/ano
- Geração de R$89 milhões/ano em faturamento com atividade turística
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