O governo do Paraná deu um passo importante rumo à conservação ambiental e ao uso responsável dos recursos naturais. Desde 8 de abril deste ano, está proibida a pesca em corredeiras e saltos de rios em diversas regiões do estado. A determinação, publicada pelo Instituto Água e Terra (IAT), tem prazo indeterminado e abrange trechos estratégicos de bacias como as dos rios Ivaí, Piquiri e Iguaçu.
A portaria busca preservar espécies nativas e controlar a proliferação de organismos exóticos, que ameaçam o equilíbrio dos ecossistemas aquáticos.
A pesca segue permitida em pontos específicos, mas com restrições rígidas: só será possível realizar transposição com vara, sem isca, e em locais determinados pelo órgão ambiental. Já a pesca subaquática só poderá ser praticada contra espécies não nativas. Pesca esportiva segue liberada.
A decisão também proíbe a atividade pesqueira em áreas sensíveis como barragens, pontes, bueiros e zonas de preservação ambiental, reforçando o cuidado com habitats críticos para a reprodução e alimentação de peixes.
Municípios como Mirador, Guaporema, São João do Ivaí e Lidianópolis estão entre os mais afetados pela medida. Segundo o IAT, a pressão de pesca nesses trechos vinha comprometendo o ciclo de vida de diversas espécies locais.
Com a medida, o estado do Paraná pretende fortalecer uma nova cultura pesqueira, mais voltada à sustentabilidade e à convivência harmoniosa com o meio ambiente. A fiscalização será intensificada, e quem descumprir as novas regras estará sujeito a multas e outras sanções legais.
Segundo o Relatório Nacional de Avaliação do Risco de Extinção de Espécies da Ictiofauna Brasileira de Água Doce, publicado pelo ICMBio, 36% dos peixes das regiões Sul e Sudeste estão ameaçados — o que torna medidas como essa ainda mais urgentes para evitar perdas irreversíveis.
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