O Sistema de Alerta de Desmatamento do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) divulgou, na última semana, dados de 2020 sobre desmatamentos. Os
números são alarmantes. Apenas em agosto deste ano, a Amazônia perdeu 1.499 km²
de área de floresta. O número é o mais alto dos últimos dez anos.
Os números de devastação, se comparados com o mesmo
mês, mas em 2019, aumentaram 68%. Ao todo, nos primeiros oito meses de 2020,
foram desmatados 5.190 km² de mata nativa na Amazônia, 23% a mais do que no
mesmo período do ano passado.
Pela quinta vez consecutiva, o Pará lidera o
ranking dos estados com a maior parte da destruição de floresta. O total
desmatado no mês de agosto em território paraense corresponde a 37% do que foi
derrubado em toda a região. Amazonas ficou responsável por 19% da área
desmatada, seguido por Acre, Rondônia, Mato Grosso, Maranhão e Roraima.
E a capital de Rondônia, Porto Velho, está na
frente entre os municípios que mais registraram desmatamento. Somente no último
mês, foram destruídos 85 km² de floresta. Lábrea, no Amazonas, e Altamira, no
Pará, também ocupam as primeiras colocações do ranking com 72 km² e 61 km²,
respectivamente.
“Desmatamentos e queimadas são a destruição da
nossa própria existência”, diz Lawrence
Devido aos dados alarmantes de desmatamentos,
conversamos com o biólogo e apresentador do Biopesca da Fish TV, Lawrence
Ikeda, para entender os prejuízos causados por um desmatamento. De acordo com
ele, a retirada de florestas e as queimadas significam a destruição da nossa
própria existência, já que causam um conjunto de impactos negativos
socioambientais e econômicos.
Junto ao desmatamento vem o extermínio de muitas
espécies da flora e da fauna. “Ressalto também que muitos peixes interagem
diretamente com as florestas e matas ciliares, onde buscam abrigo nas áreas
alagadas nos períodos das cheias, alimentos e locais para reprodução e
crescimento”, destaca Lawrence.
Segundo ele, para piorar esse panorama
catastrófico, esses eventos estão associados às queimadas que interrompem
fundamentais interações ecológicas entre os seres vivos e o meio ambiente.
“Essa massa incinerada, por exemplo, pode atingir os corpos hídricos e alterar
as características físico-químicas dos rios, ou seja, causar poluição das
águas. Seja através dos materiais particulados ou até mesmo pela chuva ácida”,
explica.
Como funciona o monitoramento de desmatamento na
Amazônia
O Sistema de Alerta de
Desmatamento, desenvolvido pelo Imazon, é uma ferramenta que utiliza imagens de
satélite para monitorar a floresta. Esse trabalho é importante para a proteção
do patrimônio ambiental, pois garante a vigilância da floresta e a emissão de alertas
dos locais onde há registro de desmatamento. Os dados fornecidos ajudam a
subsidiar os órgãos de controle ambiental a planejar operações de fiscalização
e identificar desmatadores ilegais.
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