Nos últimos anos, o Brasil tem sido palco de um número crescente de desastres climáticos, cujas consequências, tanto para a população quanto para a economia, se tornam cada vez mais severas.
Entre 2020 e 2024, o número de eventos extremos relacionados ao clima aumentou de forma alarmante, com uma média anual de 4.077 desastres, quase o dobro da média registrada entre 2000 e 2019, que foi de 2.073. Este aumento expressivo reflete uma tendência global que está intimamente ligada às mudanças climáticas aceleradas.
De acordo com um estudo recente da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), realizado com o apoio da Unesco e da Aliança Brasileira pela Cultura Oceânica, o Brasil enfrenta uma intensificação de fenômenos como secas prolongadas, tempestades violentas, enchentes e deslizamentos de terra, além de temperaturas extremas e ciclones.
O impacto do aquecimento global
Foto: Reprodução / AFP Photo.
O estudo também destaca uma correlação direta entre a escalada de desastres climáticos e o aquecimento das temperaturas da superfície oceânica.
À medida que as águas do mar se aquecem, eventos como ciclones e tempestades tropicais se tornam mais fortes e frequentes, afetando diretamente as regiões costeiras e interiores do país.
Prejuízos econômicos e sociais
Foto: Bruno Kelly / Reuters.
Além dos danos ambientais, os custos financeiros dos desastres climáticos também são um reflexo claro dessa escalada. Entre 1995 e 2023, os prejuízos causados pelos desastres climáticos no Brasil chegaram a aproximadamente R$ 547 bilhões.
Esse montante, embora impressionante, não traduz inteiramente o impacto social e humano, uma vez que as populações mais pobres e vulneráveis são as mais afetadas, muitas vezes sem condições adequadas de adaptação ou recuperação.
Em 2024, o Brasil assistiu à secas recordes e enchentes devastadoras, que intensificaram ainda mais os desafios climáticos.
A urgência de ação
Foto: Diego Nigro / Prefeitura de Recife.
Diante deste cenário preocupante, o estudo da Unifesp faz um alerta sobre a necessidade urgente de ação. A implementação de políticas públicas eficazes para mitigar os efeitos das mudanças climáticas, além de estratégias de adaptação e resiliência, é fundamental para evitar um colapso ainda maior nos próximos anos.
Especialistas ressaltam que é essencial que o Brasil adote medidas mais rigorosas de preservação ambiental, incentivo a energias renováveis e educação ambiental para as futuras gerações. A aceleração do desmatamento na Amazônia e a degradação dos ecossistemas já são fatores que agravam os impactos do clima e limitam a capacidade de resiliência do país.
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Para o futuro, a solução está na redução das emissões de gases de efeito estufa, e no aumento da resiliência das comunidades vulneráveis. Investir em infraestrutura verde, por exemplo, promovendo sistemas de alerta precoce e fomentando o planejamento urbano sustentável, são passos essenciais para reduzir o impacto dos desastres climáticos.
O estudo da Unifesp aponta que a adaptação às novas condições climáticas será um desafio constante, mas também uma oportunidade de transformar o Brasil em um exemplo de resistência às adversidades climáticas.
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