Criação de peixes não nativos na Amazônia traz consequências irreversíveis

Permitida a partir de nova lei, a prática provocará consequências desastrosas para o bioma, segundo o biólogo da Fish TV, Lawrence Ikeda

Por Fish TV - 02/06/2016 em Notícias / Meio Ambiente

A aprovação nesta semana da Lei Ordinária 76/2016, que disciplina a atividade de aquicultura no Estado do Amazonas, está mobilizando profissionais e instituições ligadas ao meio ambiente, órgãos públicos federais e população. A liberação do cultivo de espécies não nativas - uma das providências previstas pelo texto - é definida como um retrocesso descabido e sem nenhum critério técnico pelo biólogo da Fish TV e apresentador do Biopesca, Lawrence Ikeda. 

Segundo ele, a introdução de organismos aquáticos exóticos para atividade aquícola pode provocar consequências irreversíveis para o Bioma Amazônia. "Diversas espécies podem desaparecer por conta de possíveis aparecimentos de doenças, além da competição por espaço e alimento. Isso seria exageradamente irracional e criminoso", ressalta. 

Os prejuízos causados pela perda de biodiversidade não afetam apenas a natureza. O biólogo explica que o homem também sofre, já que depende diretamente dos recursos naturais. "Por isso, vale ressaltar que vários problemas sociais estão diretamente relacionados a uma possível introdução acidental de uma espécie exótica em ambiente natural". 


Ministério do Meio Ambiente quer revogação da lei 

Em nota divulgada ontem à noite, dia primeiro, o Ministério do Meio Ambiente se colocou contra a lei estadual. O órgão ressaltou ainda que fará os esforços necessários para que o projeto seja imediatamente revogado e para que se faça também uma discussão mais ampla com a sociedade para avaliar o problema ambiental que pode ser causado pelas providências do texto. 

Imagem: Internet

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