Uma iguaria em diversos países asiáticos, que tem sido exportada do Brasil de maneira totalmente ilegal. Causando desequilíbrios ambientais seríssimos, o comércio ilegal de barbatana de tubarão vem sendo um problema para as autoridades brasileiras.
Somente na última semana, se destacarmos apenas o estado do Ceará, por exemplo, três grandes operações para apreender cargas das barbatanas foram realizados.
Comércio ilegal da barbatana tem aumentado nos últimos meses. Foto: Reprodução / Canal Rural.
Na mais recente, a carga foi apreendida no Aeroporto Internacional de Fortaleza. A carga confiscada foi estimada em aproximadamente R$ 1,5 milhão e tinha como destino final o mercado asiático, que é o que mais consome a barbatana.
A captura e a venda de barbatanas de tubarão-azul, que é a espécie normalmente procurada pelos criminosos, são ilegais no Brasil devido ao risco de extinção dessa espécie. As barbatanas de tubarão são vistas como uma iguaria sofisticada em países como China, Hong Kong, Malásia e Vietnã.
Elas são utilizadas na elaboração de sopas oferecidas em restaurantes de alta classe, podendo ser vendidas por até US$100, aproximadamente R$560.
A carga da última apreensão estava sendo levada para São Paulo, de onde seria enviada à China. Os infratores usavam bagagens de passageiros para camuflar o produto e evitar a fiscalização.
Agentes da Receita Federal e do Ibama fazem apreensão. Foto: Divulgação / Receita Federal.
Porém, essa não foi a maior operação da última semana. Em uma única operação no Ceará, realizada na semana passada, foram apreendidos o equivalente a R$ 3,7 milhões em barbatanas, na cidade de Cruz, localizada no litoral oeste. O material também estava a caminho da Ásia, mais precisamente, da China.
O comércio ilegal de barbatanas de tubarão-azul pode provocar diversos desequilíbrios ambientais, já que esses tubarões desempenham um papel crucial na natureza, como predadores de topo nos ecossistemas marinhos, ajudando a regular as populações de outras espécies e mantendo a saúde dos oceanos.
A sua captura excessiva pode levar à superpopulação de presas, resultando em desequilíbrios que afetam toda a cadeia alimentar. Além disso, a diminuição de tubarões pode prejudicar a biodiversidade, uma vez que esses animais são essenciais para a manutenção da estrutura dos ecossistemas.
A perda de tubarões também pode afetar a qualidade dos habitats marinhos, como recifes de corais, que dependem da dinâmica equilibrada das espécies. A espécie ainda corre risco de extinção, o que agrava o fato.
Matança de tubarão-azul traz desequilíbrios, que podem ser irreversíveis. Foto: Divulgação / Ibama.
Além disso, a pesca ilegal envolve métodos destrutivos, afetando tubarões, outras espécies marinhas e seus habitats, gerando um impacto ambiental abrangente e negativo.
No Brasil, o comércio ilegal de barbatanas de tubarão é considerado crime ambiental e pode resultar em penas que variam de 1 a 3 anos de detenção, além de multas pesadas.
A legislação pertinente é a Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/1998).
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