O mais antigo e um dos mais importantes grupos de discussão de gestão pesqueira no país abandonou o barco. Por falta de recursos, os técnicos do Subcomitê Científico do Atum e Afins renunciaram ao cargo, e a decisão pode ter sérias consequências.
O atum é um peixe que migra durante o seu ciclo de vida, por isso é considerado um recurso internacional. Para garantir que não haja excesso de capturas, os países banhados pelo Oceano Atlântico que pescam atuns estão ligados à Comissão Internacional para Conservação do Atum do Atlântico (ICCAT). Tal órgão estabelece cotas de captura e certifica que a pesca esteja dentro dos limites.
O Brasil faz parte dessa comissão, o que implica responsabilidades relativas ao aporte de informações sobre pescarias e cumprimento das normas que regem esta pescaria. Entretanto, com o desligamento dos 19 cientistas, o país ficará sem reportar as informações da pesca exigidas pela ICCAT. Dessa forma, o Brasil corre o risco de perder as cotas de pesca de várias espécies de atuns, o que significa perder o direito a explorar esses recursos, incluindo a possibilidade de exportar o produto.
Somente em Itajaí há cerca de 60 barcos especializados na pesca do atum, em diferentes modalidades, que poderão ser diretamente impactados com as possíveis sanções.