Biodiversidade de peixes no Brasil: um mergulho no potencial sustentável do país

Brasil se destaca como líder mundial em biodiversidade, e a pesca esportiva surge como a chave mais importante para a preservação ambiental.

Por Marcelo Telles - 17/12/2024 em Notícias / Meio Ambiente

O Brasil é um país único quando o assunto é biodiversidade, e entre suas riquezas naturais, a variedade de espécies de peixes se destaca de forma impressionante. A extensão territorial, os diferentes ecossistemas e a sua incrível quantidade de rios e biomas garantem ao país o título de um dos mais importantes polos pesqueiros do planeta. 


Em um dia comum de pesca esportiva, por exemplo, podemos capturar diversas espécies diferentes em um mesmo ponto (todo pescador esportivo já passou por isso). 


E esse tema também foi lembrado durante a edição de 2024 do Festuris, a feira de negócios de turismo que ocorreu em outubro, em Gramado, Rio Grande do Sul, trazendo o que há de mais inovador no setor.


Dentro do espaço “Business & Innovation”, por exemplo, diversas conversas focaram em como as novas tecnologias, práticas sustentáveis e inovações podem ajudar na preservação desse patrimônio natural e, ao mesmo tempo, gerar negócios.



Brasil: maior diversidade de peixes do mundo

Foto: BGFA Recordes.


De acordo com dados do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e da Base de dados do Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira (SiBBr), o Brasil é um dos países mais ricos em biodiversidade de peixes, com uma estimativa que varia entre 3.000 e 4.000 espécies, dependendo das fontes e dos critérios utilizados para a classificação.


Esse número inclui tanto peixes de água doce, quanto de água salgada. As águas doces brasileiras são responsáveis por grande parte dessa diversidade, com cerca de 2.000 espécies de peixes, muitas delas endêmicas. 


A região Amazônica, com seus rios e afluentes, concentra uma enorme quantidade de espécies, como o tucunaré, o tambaqui, a pirarara, entre outras. Além disso, a bacia do São Francisco e do Paraná, por exemplo, também possuem uma rica diversidade.


Foto: Arquivo Pessoal / Antônio Molinari.


Já nos ambientes marinhos, o Brasil tem cerca de 1.500 espécies de peixes, principalmente nas áreas de recifes de corais e zonas costeiras. As regiões de maior diversidade marinha incluem os estados da Bahia, Rio de Janeiro, Pernambuco e Amapá. A variedade de biomas aquáticos no Brasil, como a Amazônia, o Pantanal e o Cerrado, além das diferentes condições ambientais da costa e do mar, contribuem para essa impressionante riqueza de espécies. 


Estes números colocam o país em uma posição de liderança quando o assunto é biodiversidade aquática. Os rios do Pantanal, do Cerrado e do Sul do Brasil também são habitats naturais para uma quantidade impressionante de espécies. O Sistema Paranaíba e o Rio São Francisco, por exemplo, abrigam centenas de espécies de peixes migratórios e nativos, o que evidencia a pluralidade biológica dos ecossistemas aquáticos por aqui. 


Em comparação com o resto do mundo, poucos países têm uma biodiversidade aquática que se aproxime à do Brasil. A África, com a bacia do Congo, e o Sudeste Asiático, com suas diversas bacias fluviais, também se destacam em termos de diversidade de espécies, mas o Brasil permanece na liderança global, principalmente quando se considera a fauna exclusivamente de água doce.



O mercado da pesca esportiva no Brasil: oportunidades de negócios e sustentabilidade

Foto: Destinos (Fish TV).


Durante o Festuris, no espaço Business & Innovation, a importância de um mercado pesqueiro sustentável foi um tema recorrente. O Brasil, com sua enorme diversidade aquática, possui um mercado de pesca esportiva robusto, que movimenta bilhões de reais anualmente. 


Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Pesca (Abipesca), a pesca esportiva contribui de maneira crescente para o turismo e a economia, já que é uma das ferramentas mais importantes para a preservação das espécies e o desenvolvimento do turismo sustentável.


A pesca esportiva no Brasil é responsável por movimentar cerca de R$10 bilhões anualmente, segundo dados do Ministério do Turismo, gerando emprego e renda, ao mesmo tempo em que mantém os ecossistemas em equilíbrio. 


No espaço “Business & Innovation” do Festuris 2024, uma das ilhas mais visitadas foi a Ilha de Tecnologia e Inovação, que também trouxe soluções voltadas para o turismo sustentável. Essas inovações podem ajudar a otimizar a gestão dos recursos de pesca esportiva e a garantir a preservação das espécies. Afinal, a preservação dos peixes no Brasil está totalmente ligada ao turismo verde e ao desenvolvimento econômico local. 


Foto: Reprodução / Portal Canela.


O ecoturismo, que inclui a pesca esportiva, tem se mostrado uma importante fonte de receita para diversas regiões brasileiras. A presença de turistas, especialmente os estrangeiros, tem gerado uma rede de negócios que envolve guias turísticos, hospedagens, transporte e a venda de equipamentos de pesca esportiva. 


O turismo de pesca esportiva no Brasil tem um potencial de crescimento ainda mais significativo com a implementação de práticas sustentáveis e o uso de tecnologias para conservação. A biodiversidade aquática do nosso país é um tesouro natural incomparável, que coloca o Brasil em uma posição única no cenário global. No entanto, para manter essa riqueza, é essencial que o mercado pesqueiro siga adotando práticas sustentáveis e inovadoras, como a pesca esportiva.


Foto: BGFA Recordes.


O Festuris 2024 se mostrou um espaço essencial para fortalecer esses debates, criando conexões entre negócios, tecnologia e ecoturismo.


Aguardar a edição de 2025 e estar presente no evento, vai ser essencial para todos que trabalham, direta ou indiretamente, ou que, simplesmente, se interessam pelo tema. 




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