Equipes
da Fish TV acompanharam de perto uma tragédia que vem chamando a atenção do
país nos últimos meses: os incêndios no Pantanal. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o bioma pantaneiro vive o pior ano de
queimadas desde 1998, quando teve início a série histórica. Mais de 21 mil
focos de calor foram registrados na região de janeiro pra cá - um aumento de
114% em relação ao ano anterior. E foi em meio a essas condições, no fim de
setembro, que a equipe do programa "A Meta", comandado por Gaba,
desembarcou no Mato Grosso do Sul, Centro-Oeste do país.
"Foi algo muito assustador. Não digo pelo
perigo, porque não estávamos correndo, mas pela questão da natureza queimando e
a gente não ter o que fazer”, conta Gaba. "O Pantanal vem enfrentando uma
situação bem difícil, e como o programa fala muito em preservação, a gente está
lá vivenciando isso, vendo a condição em que isso se manifesta",
justifica.
Foram dez dias de viagem. O apresentador relata que, já na chegada, o grupo foi
surpreendido por uma cortina de fumaça, que podia ser notada desde o aeroporto
de Campo Grande. O cheiro de queimado já era forte. À medida que a equipe se
aproximava do destino final, a pouco mais de 500 km dali, a situação se
agravava, e a dimensão das queimadas ficava cada vez mais evidente. “Os animais
estavam muito acuados, muitos na beira do rio. A gente via grupos de macacos,
sucuri, capivaras, esses bichos todos muito próximos da água, porque não tinha
muito para onde correr”, observa Gaba.
E os efeitos do fogo que consumia a fauna e a flora também eram sentidos pela
comunidade local de ribeirinhos. “Problemas respiratórios, problemas nos olhos,
por conta dessa exposição prolongada àquela fumaça muito forte. Para quem vive
do gado também... Tem gado preso no meio do fogo, tem bicho morrendo dentro do
fogo. Até mesmo os animais que são de criação estão morrendo cercados”, detalha
o apresentador.
As imagens dessa expedição pelo bioma, considerado uma das maiores extensões
úmidas contínuas do planeta, estarão reunidas nos quatro episódios de “A Meta -
Pantanal”, que tem previsão de estreia para novembro na Fish TV.
“Céu
cinza”
Quem
também esteve por lá recentemente foi a apresentadora Laís Vanessa. A
jornalista viajou para a região em outubro para gravar o programa “Destinos” e,
assim como Gaba, encontrou um cenário bem diferente do habitual. “Esses
incêndios, o que acontece é que deixam o céu cinza, fica aquele aspecto de
fumaça e, consequentemente, claro, prejudicam os animais”, descreve Laís.
A apresentadora destacou a atuação das forças de segurança no local,
especialmente do Corpo de Bombeiros. “Está bem atuante nesse ponto, tentando
combater essas chamas, e também fazendo um trabalho de alertar fazendas,
empreendimentos, empresários, sobre o período proibitivo [de queimadas],
e aplicando multas e as devidas consequências para quem eles conseguem
identificar como a pessoa ou o local que causou esse incêndio”, detalha.
Somente no estado do Mato Grosso, conforme o Corpo de Bombeiros, o fogo já consumiu
mais de 2 milhões de hectares do Pantanal. A situação atípica, que se estende
desde julho, tende a ser controlada nos próximos meses com a chegada de mais
chuva. Pelo menos essa é a expectativa das autoridades da região. Uma sequência
de chuvas volumosas é muito aguardada, já que o bioma também enfrenta em 2020 a
maior seca desde a década de 1970 - condição que em nada contribui para a
contenção das chamas.
Dados
Pantanal (Programa Queimadas - Inpe)
- A
quantidade de focos de calor no bioma vinha subindo, mês a mês, desde maio
deste ano. Em julho, deu um salto. Em setembro, atingiu o pico. E em
outubro, esse número começou a cair.
- Mesmo
assim, 2020 teve o pior mês de outubro desde que esse levantamento começou
a ser feito, lá em 1998. Foram 2,8 mil focos de incêndio registrados.
- O mês
de setembro, no entanto, apresentou a maior quantidade de ocorrências no
ano: mais de 8 mil. Um aumento de 180% em relação ao mesmo período de
2019.
- No
acumulado do ano, o número de focos de calor já passa de 21 mil em 2020 -
um aumento de 114% na comparação com 2019. É o maior acumulado anual desde
o início da série histórica.
para comentar