Qualquer cidadão
pode pegar o celular, baixar, e abrir o aplicativo do Remar_Cidadão, informando
se viu caranguejos-uçá ou guaiamuns. Assim, marca a data da observação em um
calendário, registra o local da ocorrência e envia as informações, se tornando
um cientista-cidadão. Com isso, a pessoa ajuda na pesquisa, gestão e
conservação de duas espécies com extrema importância ecológica, que sustentam
milhares de extrativistas.
As informações
servem para auxiliar os pesquisadores da REMAR a elaborar previsões certeiras
das datas de ocorrência de andadas e com isso orientar a criação de defesos
adequados em todo o Brasil.
Os defesos são
importantes porque, durante as andadas, caranguejos e guaiamuns saem em massa
de suas tocas para procurar companheiros para acasalamento. Justamente neste
período reprodutivo, essencial para a perpetuação das espécies, estes
crustáceos ficam mais vulneráveis e podem ser facilmente capturados por
qualquer pessoa.
Atualmente a captura de caranguejos é proibida em torno da lua cheia e da lua nova, porém, nem sempre as andadas ocorrem nestas duas fases lunares. Quando os defesos ocorrem em períodos em que não há caranguejos andando, extrativistas são injustamente impedidos de trabalhar e surgem conflitos. Para solucionar este problema é preciso entender as ligações entre o comportamento reprodutivo dos caranguejos e diferentes ciclos da lua e do sol, para poder prever exatamente quando as andadas ocorrerão ao longo dos 7.500 km de litoral do Brasil.
Embora
atuem em vários locais realizando monitoramentos técnicos em campo, os
pesquisadores da REMAR não conseguem monitorar toda a extensa costa brasileira
e, por isso, têm contado com a colaboração de extrativistas, gestores, membros
de conselhos de UCs e cidadãos em geral, que vêm fornecendo preciosas
informações sobre ocorrências de andadas através do REMAR_Cidadão. Somente na
estreia do aplicativo, na temporada de 2017-2018, a rede recebeu 300 submissões
vindas de 15 dos 16 Estados brasileiros que abrigam estas espécies de caranguejo.
Nesta temporada de 2018-2019, esperamos conseguir ainda mais contribuições.
Esta união de esforços mediada pelo avanço tecnológico de um aplicativo
inovador para celular estará, em última análise, contribuindo para a
perpetuação da cultura milenar de coleta de caranguejos e para a melhora da
qualidade de vida das populações tradicionais envolvidas.
Baixar no Google Play Store
O REMAR_Cidadão é um aplicativo Android e pode ser baixado gratuitamente
no Google Play Store (Palavra de busca: REMAR). As informações são enviadas
diretamente para um banco de dados da Rede de Monitoramento de Andadas
Reprodutivas de Caranguejos (REMAR), uma rede de pesquisadores de oito estados
do Brasil, coordenada pela Universidade de Edimburgo Napier/ St Abbs Marine
Station (Escócia) e pela Universidade Federal do Sul da Bahia.
De Norte a Sul, instituições dos pesquisadores colaboradores da Remar são:
Universidade de Edimburgo Napier/St Abbs Marine Station
(Escócia), Universidade Estadual do Amapá – UEAP, Área de Proteção Ambiental
Costa dos Corais / ICMBio, Universidade Federal do Pará –
UFPA, Universidade Estadual da Paraíba – UEPB, Universidade Federal
de Sergipe - UFS, Universidade Federal do Sul da Bahia –
UFSB, Universidade Federal do Espírito Santo – UFES, Universidade
Federal do Paraná – UFPR, Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC.
De Norte a Sul, Unidades de Conservação onde a Remar vem atuando:
Estação Ecológica de Maracá-Jipioca (AP), Reserva Extrativista
Marinha de Soure (PA), Reserva Extrativista de Caeté-Taperaçu
(PA), Área de Proteção Ambiental da Barra do Rio Mamanguape
(PB), Área de Proteção Ambiental Costa dos Corais / ICMBio
(PE), Reserva Extrativista do Cassurubá (BA), Reserva de
Desenvolvimento Sustentável Municipal Piraquê-açu e Piraquê-mirim (ES), Estação
Ecológica de Guaraqueçaba (PR), Área de Proteção Ambiental de Guaraqueçaba
(PR), Parque Nacional do Superagui (PR), Estação Ecológica de Carijós
(SC)
Mais
informações sobre o aplicativo: Anders Schmidt (anders.schmidt@cpf.ufsb.edu.br)
e Karen Diele (K.Diele@napier.ac.uk)
Fonte: Comunicação ICMBio
Foto: acervo ICMBio
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