Amazônia: mancha de fogo de 500km de extensão e 400km de largura toma conta do bioma

Imagens de satélite mostram mancha gigantesca por cima da Amazônia, cobrindo seis estados e parte de áreas de quatro países. Fumaça avança para ainda mais longe.

Por Marcelo Telles - 06/09/2024 em Notícias / Meio Ambiente

De acordo com imagens captadas pelo satélite europeu Copernicus, que traz dados importantes, quase em tempo real e a um nível global, a mancha de fogo que se espalha sobre a Amazônia chegou a 500km de extensão e 400km de largura.


Os dados foram captados na última semana, e já mostravam o fogo tomando conta de cinco estados brasileiros: Amazonas, Acre, Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Pará. Além do Brasil, a mancha também está se espalhando por algumas regiões da Bolívia, do Paraguai e do Peru.


Mancha de fogo está se espalhando por vários estados. Foto: Reprodução / Windy.


Dentre os estados com mais focos de incêndio, o que se encontra com os piores índices é o Mato Grosso, com cerca de 25 mil focos. O Amazonas vem logo atrás com cerca de 15 mil, seguido do Mato Grosso do Sul, com cerca de 10 mil. Amazônia e Pantanal são os biomas que mais estão sofrendo.


De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o Inpe, através do programa BDQueimadas, a Amazônia já passou dos 60 mil focos de queimadas. Para os especialistas, a gigante mancha está fazendo surgir um “cinturão de fogo” na região.


Segundo meteorologistas, a mancha de fogo que está se espalhando indica que a atmosfera está com altíssimos níveis de concentração de dióxido de carbono, resultado dos grandes incêndios pelo país. A falta de chuva também traz piora para este caso.


Queimadas trazem piora significativa na qualidade do ar. Foto: Reprodução / Instituto Humanitas.


A região das queimadas no estado do Mato Grosso, que mais tem números de focos de fogo, está sem chuva há mais de três meses. Para os especialistas, quanto mais quente e seco o tempo, mais as queimadas se intensificam, e quanto mais elas se intensificam, mais quente e seco o tempo fica.


Outro problema é quanto à fumaça que se espalha por todas as regiões do país. Já faz tempo que a fumaça tóxica chegou até o estado do Rio Grande do Sul, provando que está atingindo os extremos do país.


Dados, também explicados pelos especialistas, trazem que a Amazônia não se adapta a esse clima. Ou seja, quando acontecem essas queimadas, árvores e animais morrem e começa um processo de desgate do bioma, o que pode levar muito tempo para se recuperar.


Animais também estão morrendo com o avanço do fogo. Foto: Reuters / Ueslei Marcelino.


De acordo com o Governo Federal, foram liberados mais de R$ 450 milhões para o combate ao fogo, como apoio aos bombeiros. Também foi autorizada a contratação de brigadistas federais temporários.


Na Amazônia, o período de chuvas ainda vai demorar para chegar. Para especialistas, a trégua nas queimadas só deve ocorrer quando chegar uma estação mais chuvosa, em outubro, ou quando os incêndios diminuírem, aumentando a umidade pelo nosso país.


Porém, esse período deve atrasar este ano e ainda não se sabe quando serão os picos chuvosos amazônicos.


Mais um tema preocupante é em relação à seca dos rios, que estão atingindo níveis extremamente baixos.


Com a baixa umidade no Norte, as chuvas diminuem em todo o Brasil, fazendo com que a seca seja cada vez mais intensa.


As cidades do Alto Solimões, como Tabatinga, por exemplo, estão enfrentando uma situação ainda mais crítica, com dificuldades para receber insumos e água potável. Lá, o nível do rio Solimões está apenas em 4 centímetros.


Seca está atingindo níveis recordes na região do Alto Solimões. Foto: Roney Elias / Rede Amazônica.


Ontem, dia 5 de setembro, foi comemorado o Dia da Amazônia. Porém, não se teve o menor clima de “comemoração”.


Ao contrário disso, precisamos usar o dia de ontem para chamar a atenção para este bioma, alertando as pessoas e mostrando o quão importante ele é para o nosso planeta!


 

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