Aos 75 anos,
a aposentada Maria Matsuko está sempre pronta para fisgar um peixe maior.
Moradora de Marília, no interior de São Paulo, ela pratica pesca esportiva
semanalmente em pesqueiros da região. Um hobby que a ajuda a aliviar o
estresse. Foi com essa crença que há cinco anos a aposentada decidiu retomar o
contato com a pesca, que havia sido deixada de lado ainda na infância. "É
bom pescaria, a hora passa rápido. Melhor que estar em casa, aí a hora não passa,
no pesqueiro a hora passa rápido", compara Maria.
Recentemente,
um dos filhos que costuma acompanhá-la na pescaria criou um perfil no Instagram
para compartilhar as experiências da mãe. Batizada de "Vovó da Pesca",
a página é acompanhada por mais de 400 seguidores. "Eu ficava postando
para os meus irmãos verem e pensei: 'Nossa, tem tanta gente de idade com
problema de depressão, com essa pandemia'. Aí resolvi criar uma página para o
pessoal de idade ver que nunca é tarde para voltar a pescar", explica o
representante comercial Emerson Uemura, de 41 anos.
Na rede
social, Maria aparece cheia de pose. Exibe patinga, pacu e até
"tamba", que, para ela, virou o peixe mais cobiçado. "Depois que
começou a pegar 'tamba', a gente está gostando mais, porque a tilápia não tem
muita graça", diverte-se a aposentada. A expectativa de conseguir pegar um
peixe mais pesado a motiva a sair de casa mesmo debaixo de chuva. Para ela, não
tem tempo ruim. Em um dos vídeos publicados pelo filho, Maria está pescando
debaixo de chuva mesmo, determinada, protegida só por uma capa de chuva.
A cada peixe
que tira da água, vira a atração do pesqueiro e fica toda faceira. Ela usa uma
vara adaptada pelo filho para pegar peixes grandes. "Ela vai com a vara de
mão. Na hora em que a minha mãe pega um peixe grande, a dona do pesqueiro fica
admirada. Aí o pessoal diz: 'até a vovó está pegando e você não pega,
rapaz?!'", lembra Emerson, referindo-se aos outros pescadores.
Segundo ele,
o maior peixe que a mãe já fisgou foi uma pirarara de 12 kg. Mas pensa que a
vovó da pesca vai parar por aí? Emerson garante que não. "Hoje, ela veio
tentar pegar a de 25 kg", conta ele, que acompanhava a mãe em mais uma
aventura. "Ela gosta dos 'tambas', ela quer aumentar os tamanhos
agora", conclui.
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