A pesca com mosca é uma das mais antigas modalidades da
prática, e é por isso que não se limita em um ambiente específico. Se você já é
um mosqueiro e se pergunta: será que consigo fazer meus arremessos em água
salgada? Pois a resposta é sim. Para ajudar você que quer salgar as suas
moscas, convidamos Kid Ocelos, apresentador do programa Na Pegada do Fly, para
trazer algumas explicações bem importantes sobre o tema. Para ficar mais fácil,
separamos os assuntos por tópicos, que você confere abaixo:
Principais espécies
No fly, tudo começa com a pesca de trutas, mas, segundo Kid,
há registros de mosqueiros pescando tarpon e bonefish nos EUA na década de 1970,
peixes de água salgada. Hoje em dia, com a familiaridade com a prática no mar,
diversas outras espécies são buscadas. “Basicamente todas as espécies onívoras
e predadoras, de águas profundas ou não, podem ser capturadas com o fly. Entre
as possibilidades estão o marlin, tubarão-mako, peixes de pedra como o budião,
peixe-napoleão, bonefish. Também temos peixes de passagem, como xaréu, cavala,
atum, e ainda o robalo, tradicional no mangue, mas que pode ser capturado em
água salgada” descreve Kid, lembrando que o costume brasileiro sempre foi de
praticar o fly fishing nas águas interiores, mas o Nordeste brasileiro já se
habituou a lançar moscas buscando por tarpons.
Tipos de iscas
As iscas, ou melhor, as moscas, são desenvolvidas para se parecerem
com o alimento dos peixes buscados na pesca, e Kid exemplifica as principais.
“Geralmente se usam moscas imitando espécies forrageiras. Como exemplos podemos
citar camarões, lulas, caranguejos, sardinhas e peixes-agulha. Além destas,
também existem moscas sem um formato específico, com a função de atrair a
atenção irritando os peixes, como é o caso dos grandes poppers. Uma ‘coringa’
na pesca de água salgada é a clouser minnow, já tradicional para capturar
bonefish e robalo”, destaca, lembrando que ainda existem muitos outros tipos,
atendendo à procura de cada mosqueiro.
Equipamentos
Com os pescadores buscando novas possibilidades de captura
em água salgada, os equipamentos de fly precisaram passar por adaptações
importantes em sua composição. “A gente tem a densidade da água, então a linha
precisa ter um tratamento diferente. Com a oxidação causada pela salinidade da
água, o equipamento precisa ser mais resistente, e outra, os peixes de água
salgada têm muito mais energia, portanto, é necessário que os equipamentos
sejam mais robustos, e hoje em dia existem aqueles específicos para essa
pescaria”, conta.
Técnica de pesca
Quando o assunto são as técnicas que precisam ser empregadas
na pesca de água salgada, Kid deixa claro que são as mesmas de sempre, porém,
como normalmente a pesca vai acontecer embarcada ou em cima de pedras, há mais
liberdade para fazer os arremessos. “Outro detalhe importante nessa hora é a
escolha da linha, onde normalmente se utilizam as que afundam muito rápido,
como as sinking e full sinking, mas claro, também há a possibilidade da pesca
na flor da água, ou seja, na superfície, quando é ali que os peixes estão
buscando alimento”, conta.
Com essa informação sobre as técnicas, fica provado que não
há empecilhos para a prática do fly em água salgada. Com isso, Kid lembra da
nossa costa brasileira, abrangente como só, que gera diferentes possibilidades
para os mosqueiros do país. “Temos espécies incríveis na costa do Brasil, só
basta um pouco de empenho dos nossos pescadores em buscar essa opção, e também
das operadoras de turismo oferecerem esse tipo de pescaria para esse novo
universo, pois ainda é novidade para a maioria dos mosqueiros do Brasil. Fly
nasceu na pesca de truta, mas se você tiver um equipamento na mão e uma mosca
na ponta da linha, as possibilidades são infinitas”, finaliza.
Quer saber mais sobre como é pescar de fly na água salgada?
Basta ficar ligado na programação da Fish TV para acompanhar os novos episódios
do Na Pegada do Fly. Boas pescarias!
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