Pesquisadores da Usina Hidrelétrica de Itaipu, em parceria com universidades e empresas, estão conduzindo estudos sobre a viabilidade da criação de peixes no Lago de Itaipu, localizado na fronteira entre Brasil e Paraguai. A principal espécie em análise é a tilápia, embora o dourado, peixe nativo da bacia do Rio Paraná, também esteja sendo considerado como parte do projeto.
De acordo com o portal Correio do Lago, a tilápia, por ser uma espécie exótica, não pode ser cultivada no lago sem uma mudança nas regulamentações entre os dois países. Atualmente, um acordo bilateral proíbe o cultivo de espécies não nativas nas águas compartilhadas por Brasil e Paraguai.
Foto: Cedricguppy - Looury Cédric. Com licença CC.
No entanto, desde 2017, a Usina de Itaipu vem realizando estudos ambientais para verificar se o cultivo da tilápia poderia ocorrer sem impactos negativos. Até o momento, os pesquisadores não identificaram efeitos ambientais significativos associados à produção da espécie.
Porém, a pesquisa não se limita apenas à tilápia. A Usina também está avaliando o cultivo do dourado, que, apesar de ser proibido para a pesca nos rios paranaenses devido ao risco de extinção, pode ser criado em cativeiro para consumo. Diferente da tilápia, o dourado é nativo da bacia do Rio Paraná e, por isso, não requer a autorização de ambos os países para ser cultivado no reservatório da usina.
Em 2024, a Usina de Itaipu recebeu cerca de 6 mil exemplares de dourado, transportados desde o Mato Grosso do Sul até Foz do Iguaçu. Esses peixes seriam inicialmente criados em tanques antes de serem transferidos para tanques-rede no lago. De acordo com o Correio do Lago, a Itaipu espera que essa prática ajude a garantir uma fonte adicional de proteína para a região, não perdendo seu foco com a preservação da espécie.
O projeto de criação de peixes no reservatório de Itaipu também abrange o desenvolvimento de tecnologias sustentáveis, segundo fontes. O lago, com uma área de 1.350 km², tem um potencial de produção de até 400 mil toneladas de peixe por ano, segundo estudos realizados pela Usina.
Imagem originalmente postada no Flickr por Deni Williams em https://flickr.com/photos/45600179@N08/17174674039. Foi revisado em 28 de novembro de 2015 pelo FlickreviewR e foi confirmado como licenciado sob os termos do cc-by-2.0.
Para garantir a sustentabilidade desse processo, pesquisadores da Itaipu, em colaboração com a Embrapa, estão aprimorando um sistema de produção aquática que utiliza o mínimo de água possível.
Este modelo, conhecido como bioflocos, emprega bactérias benéficas para filtrar a água, tornando o processo mais eficiente em termos de recursos. No entanto, a implementação dessa tecnologia ainda é cara em comparação com métodos mais tradicionais.
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