O Brasil é um país imenso, assim como o seu litoral. São mais de 7 mil quilômetros quadrados de extensão da nossa costa. E toda essa quantidade de litoral propicia muitas pescarias. A pesca esportiva de praia é uma modalidade que atrai muitos pescadores, e que também tem sido impactada positivamente pela prática do pesque e solte.
Uma das pessoas que pratica a pesca esportiva na beira de praia é Vinicius Braun, morador de Tramandaí, no Rio Grande do Sul e que po. O município litorâneo, que fica há pouco mais de 120 quilômetros de Porto Alegre, abriga uma extensão grande de praia, além de possuir uma plataforma de pesca, o que atrai diversos pescadores para a região. Braun, que iniciou na pesca aos 5 anos de idade, começou a pescar e soltar há pouco temo. “Eu nunca gostei de comer peixe, passei a comer há pouco tempo. Então, como sempre gostei de pescaria, eu acabava soltando. Somado a isso, recentemente pude me informar mais sobre a pesca de arrasto e notei que querendo ou não, a pesca de arrasto é a mais prejudicial, sim, mas o caniço também influência nos estoques. Então a minha parte eu tento fazer”, conta.
Ele relata que o pesque e solte na beira de praia ainda é visto com certa desconfiança. “Tem pessoas que elogiam e tem pessoas que xingam, que não entendem eu estar soltando peixe. Tem gente que não tem conhecimento de espécies proibidas, vulneráveis e em extinção e acabam levando tudo. Eu acredito que é uma questão de cultura, e principalmente de falta de informação. Por isso precisamos difundir mais o conhecimento e influenciar positivamente os pescadores”, comenta Braun.
Pescar e levar é um velho hábito, segundo Braun, mas esse hábito está mudando na praia. “Se nós não mudarmos o hábito agora, com a pesca de arrasto e a pesca industrial os estoques vão acabar, já estão acabando”. “Eu não vejo diferença entre uma rede que pega 50 arraias e eu pegar 50 arraias com minha vara e levar pra casa. Precisamos ter a consciência de que o pescador amador também afeta o ecossistema. Não é para sempre”, conclui Braun.
Marcelo Esteves, conhecido apresentador do programa Mar e Praia e pescador de beira de praia, comenta sobre o aumento do pesque e solte na modalidade. “O pesque e solte tem evoluído muito na beira de praia. Até bem pouco tempo atrás os pescadores de praia levavam todos os peixes para casa, até por uma espécie de registro da pescaria. O pescador têm se conscientizado e houve certamente uma mudança cultural”.
O pesque e solte em campeonatos de praia
Hidenori Komoto, presidente do Pelicano Clube de Pesca do Ceará e organizador do Open Brasil de Surfcasting, conta como foi o processo de implementação do pesque e solte em seu torneio. “Primeiro tive que me convencer que esta prática seria o futuro de nosso esporte. O próximo passo foi convencer os associados do Pelicano, que alguns foram contra esta prática de pesque e solte, porém com a ajuda de associados que aceitaram a prática, iniciamos um pequeno torneio interno de 3 provas em 2018 para que todos experimentassem e posteriormente criticassem se fosse o caso. Felizmente após todos as 3 etapas, todos aceitaram e gostaram deste tipo de pescaria”, conta.
Komoto ainda fala sobre o futuro. “Certamente, todos os Torneios organizados pelo Pelicano serão na modalidade pesque e solte; e como no Open tínhamos muitos presidentes de Clubes de pesca e também formadores de opinião, alguns já se comprometeram a realizar provas em seus estados com este procedimento para difundir e trazer mais adeptos ao esporte”, conclui.
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