Os desafios da pesca esportiva oceânica

Em alto-mar, os pescadores enfrentam desafios únicos relacionados ao ambiente, à fauna e à regulamentação, exigindo habilidade, paciência e respeito aos ecossistemas marinhos.

Por Marcelo Telles - 10/12/2024 em Notícias / Geral

A pesca esportiva em alto-mar é uma prática que envolve a captura de grandes espécies oceânicas, muitas vezes em águas profundas e afastadas da costa. Esse tipo de atividade é uma busca por adrenalina diferente, em um compromisso com a preservação ambiental e a sustentabilidade.


No entanto, os pescadores esportivos enfrentam desafios complexos que vão desde as dificuldades técnicas de operar em alto-mar, até as questões relacionadas à conservação da biodiversidade marinha.



Condições extremas do ambiente

Foto: Reprodução / Boat Shopping.


Uma das primeiras dificuldades enfrentadas pelos pescadores esportivos em alto-mar são as condições extremas do ambiente oceânico.


Diferente da pesca em águas costeiras e em lagos e rios, que pode ser realizada em locais mais protegidos e com acesso mais fácil, a pesca oceânica exige que os pescadores se desloquem para regiões distantes, onde a previsão do tempo é essencial.


As embarcações precisam ser equipadas com tecnologia avançada para navegação e monitoramento das condições do mar. A segurança dos tripulantes é uma prioridade, e muitos pescadores recorrem a sistemas de rastreamento via satélite e têm que estar preparados para enfrentar ventos fortes e grandes ondas.


De acordo com a Federação Internacional de Pesca Esportiva (FIPS), mais de 60% das atividades de pesca oceânica ocorrem em locais com alto risco de tempestades e alterações climáticas rápidas.



Espécies e estratégias de captura

Foto: Reprodução / Borá Pescar.


O mar aberto abriga algumas das espécies mais desejadas na pesca esportiva, que são altamente valorizados pelo tamanho, resistência e habilidades de luta que demonstram durante a captura. Entretanto, esses peixes não são fáceis de capturar.


Eles exigem técnicas avançadas de pesca, que podem variar dependendo da espécie e das condições do mar. Muito comum na pesca esportiva dos Estados Unidos, o marlim, por exemplo, é uma das espécies mais cobiçadas e difíceis de ser fisgada. Conhecido por sua força e velocidade, o marlim pode pesar até 500 kg e medir até 4 metros de comprimento.


Uma outra espécie que chama bastante a atenção dos pescadores esportivos desta modalidade, é o dourado-do-mar.


Além disso, as estratégias de captura variam com a profundidade das águas e a época do ano. Os pescadores precisam ajustar suas táticas, utilizando diferentes tipos de iscas e varas, que podem ser adaptadas para águas mais rasas ou profundas.


A pesca de fundo, por exemplo, exige uma abordagem totalmente distinta da pesca em superfície, que visa atrair peixes que se alimentam próximos à água.



Aspectos legais e sustentabilidade

Foto: Reprodução / Victory Yachts.


Embora a pesca esportiva seja, em 100% dos casos, a captura e soltura dos peixes, existem inúmeras questões legais que envolvem a conservação das espécies. Em alto-mar, acontece muito a pesca ilegal.


A Convenção sobre a Diversidade Biológica das Nações Unidas, em 2021, alertou para o impacto da pesca excessiva em várias espécies oceânicas, especialmente o atum e o tubarão, cujas populações estão em declínio devido à pesca comercial.


No Brasil, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) monitoram e regulam as atividades pesqueiras em alto-mar, especialmente em áreas protegidas.


Por isso, a saída é, somente, pela pesca esportiva, que segue a preservação e o uso de técnicas não invasivas. Para os pescadores esportivos, a preservação das espécies se tornou uma prioridade, com ações sendo praticadas para garantir que as populações marinhas possam se recuperar e continuar a existir.


Mesmo assim, o desafio continua sendo equilibrar a preservação da biodiversidade com a busca para a capturar as espécies desejadas.





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