Myloplus Sauron. Se você curte a famosa história de “O Senhor dos Anéis”, pode até pensar que esse nome se refere a alguém próximo ao vilão Sauron, simbolizado, na trilogia, por um olho gigante e flamejante.
Porém, pode acreditar: esse é o nome de um novo peixe, descoberto recentemente no Rio Amazonas, por pesquisadores de diversos países.
"Olho de Sauron", da trilogia "O Senhor dos Anéis", que inspirou nome do novo peixe. Foto: Divulgação.
Segundo museu londrino, National History Museum, a espécie descoberta de pacu tem algumas características bem marcantes.
Além do formato de seu corpo, bem como as marcas que se assemelham ao vilão já citado, o peixe também possui dentes que lembram os do ser humano. O estudo foi publicado na revista científica Neotropical Ichthyology.
De acordo com o National History Museum, a descoberta faz parte de vários estudos para melhor entender as principais diferenças entres os tipos de pacus e piranhas, que são considerados pelos especialistas, praticamente, “parentes”.
Peixe possui características únicas. Foto: Divulgação.
O Myloplus Sauron, porém, se parece com uma piranha, mas tem seus dentes achatados, com a arcada dentária perfeita para consumir plantas e frutas, que é outro ponto em que os distanciam da temida espécie amazônica.
A espécie foi encontrada na bacia do rio Xingu, um dos rios mais famosos do país, que é afluente do Amazonas. Com mais de 600 espécies de peixes, o rio Xingu começa no estado do Mato Grosso e se transforma em afluente pela margem direita do rio Amazonas, no estado do Pará, com quase 2 mil quilômetros de extensão.
Porém, não é a primeira vez que cientistas nomeiam uma descoberta com alguma relação ao “Olho de Sauron”. A galáxia NGC 4151, apesar de ter sido descoberta em 1787, recebeu, em 2011, o nome de “Eye of Sauron” (“Olho de Sauron”), pela sua semelhança com o vilão da trilogia. Mesma situação em que a nova espécie de pacu.
Não conhecemos, praticamente, metade das espécies amazônicas
Ainda faltam muitas espécies para serem descobertas na Amazônia. Foto: Cícero Pedrosa Neto / Amazônia Real.
De acordo com diversos estudos internacionais, o ser humano desconhece cerca de 45% das espécies de peixes que habitam as águas do rio Amazonas. Então, provavelmente, notícias como essa irão se repetir, com cada vez mais frequência.
Esses estudos vão muito além do simples registro de quais espécies estão presentes em nossos rios.
Em primeiro lugar, conhecer a diversidade de peixes nos permite implementar medidas eficazes de conservação. Identificar quais espécies estão ameaçadas ou em declínio, por exemplo, possibilita a adoção de estratégias específicas para proteger seus habitats e promover a sustentabilidade das populações.
Isso é essencial, dada a riqueza única dos ecossistemas aquáticos amazônicos.
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