Iniciativa leva educação oceânica até escolas brasileiras

Projeto já tem mais de 50 escolas participantes até o momento

Por Alison Mota - 14/08/2020 em Notícias / Geral - atualizado em 11/12/2020 as 15:13

Tão presente no nosso dia a dia, e ainda assim pouco se aprende sobre o oceano. Para mudar esse cenário, diversas frentes de trabalho se uniram na criação da iniciativa Oceano na Educação, que tem por objetivo levar a cultura oceânica até as escolas de todo o Brasil. Somado a isso está a declaração da ONU sobre a Década Do Oceano, que vai de 2021 até 2030, demonstrando quão global é o tema tratado.

A realização da iniciativa é do projeto Maré de Ciência, da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), que já trabalha com divulgação das ciências ligadas ao mar. Talvez pareça distante tratar deste assunto em localidades que não são litorâneas, mas Ronaldo Christofoletti, coordenador do projeto, garante a importância de se abordar a temática em todo o país. “A cultura oceânica fala sobre como nossa vida influencia o oceano e como o oceano influencia a nossa vida. Não é apenas para quem mora na praia, ela é para todos. O oceano regula o clima do planeta, como por exemplo a agropecuária que ocorre no interior do país, que é totalmente dependendo do oceano, sendo a maior parte do nosso PIB dependente desse mercado, afinal, o regime de chuvas é regulado pelo clima, que por sua vez é regulado pelo oceano”, explica.

No princípio, a iniciativa se desenvolveria como já acontece em Portugal, com escolas que trabalham sobre o oceano recebendo o Selo Azul. Aqui haveria a versão brasileira deste selo, com uma proposta de educação onde o aluno fosse protagonista da métrica de ensino. Porém, com a pandemia, a ideia se desenvolveu visando facilitar o aprendizado, já que o momento tem criado dificuldades para estudantes. Assim, o Oceano na Educação se tornou um convite para as escolas, e que se conheça como é possível abordar o tema, mesmo com as diferentes realidades do Brasil. “Nós não temos um processo rígido e isso é o mais legal. O nosso processo é de co-construção. Então, mais do que dizer como serão os conteúdos em sala de aula, nós queremos ouvir dos professores, das diferentes realidades, como esse conteúdo pode ser aplicado. São eles que nos dizem como será e nós ficamos disponíveis para dar suporte”, conta Christofoletti.

Com mais de 50 escolas já participando da iniciativa, comentários positivos não faltam. Thais Pileggi, do Colégio Marista de Ribeirão Preto, São Paulo, acredita ser muito importante levar para dentro da sala de aula a temática, ainda mais por sua cidade ser distante do mar. “É um tema que traz muitas reflexões, muitas discussões, e acho que esse é um tema que permeia vários componentes curriculares, pois não apenas a ciência pode explorar a temática”, afirma.

Mirella Cultrera, do Colégio Monte-Sionense, da cidade mineira de Monte Sião, entende que há uma necessidade antiga em se mudar o olhar das pessoas sobre o oceano. “A gente não pode resumir o oceano a uma praia para diversão, ele é muito mais do que isso. Ele é uma maravilha que necessita ser estudado e compreendido, para saber como nossas ações locais têm impacto global”, descreve.

Se você quiser saber mais sobre o projeto ou até mesmo introduzir a iniciativa Oceano na Educação em sua escola, visite o site do projeto clicando aqui. Iniciativas como essa precisam de apoio popular, afinal, o planeta é nosso, e o dever de preservá-lo também. 

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Foto: Pixabay

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