Tão presente no nosso dia a dia, e ainda assim pouco se
aprende sobre o oceano. Para mudar esse cenário, diversas frentes de trabalho
se uniram na criação da iniciativa Oceano na Educação, que tem por objetivo
levar a cultura oceânica até as escolas de todo o Brasil. Somado a isso está a
declaração da ONU sobre a Década Do Oceano, que vai de 2021 até 2030,
demonstrando quão global é o tema tratado.
A realização da iniciativa é do projeto Maré de Ciência, da
Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), que já trabalha com divulgação das
ciências ligadas ao mar. Talvez pareça distante tratar deste assunto em
localidades que não são litorâneas, mas Ronaldo Christofoletti, coordenador do
projeto, garante a importância de se abordar a temática em todo o país. “A
cultura oceânica fala sobre como nossa vida influencia o oceano e como o oceano
influencia a nossa vida. Não é apenas para quem mora na praia, ela é para
todos. O oceano regula o clima do planeta, como por exemplo a agropecuária que
ocorre no interior do país, que é totalmente dependendo do oceano, sendo a
maior parte do nosso PIB dependente desse mercado, afinal, o regime de chuvas é
regulado pelo clima, que por sua vez é regulado pelo oceano”, explica.
No princípio, a iniciativa se desenvolveria como já acontece
em Portugal, com escolas que trabalham sobre o oceano recebendo o Selo Azul.
Aqui haveria a versão brasileira deste selo, com uma proposta de educação onde
o aluno fosse protagonista da métrica de ensino. Porém, com a pandemia, a ideia
se desenvolveu visando facilitar o aprendizado, já que o momento tem criado
dificuldades para estudantes. Assim, o Oceano na Educação se tornou um convite
para as escolas, e que se conheça como é possível abordar o tema, mesmo com as
diferentes realidades do Brasil. “Nós não temos um processo rígido e isso é o
mais legal. O nosso processo é de co-construção. Então, mais do que dizer como
serão os conteúdos em sala de aula, nós queremos ouvir dos professores, das
diferentes realidades, como esse conteúdo pode ser aplicado. São eles que nos
dizem como será e nós ficamos disponíveis para dar suporte”, conta
Christofoletti.
Com mais de 50 escolas já participando da iniciativa,
comentários positivos não faltam. Thais Pileggi, do Colégio Marista de Ribeirão
Preto, São Paulo, acredita ser muito importante levar para dentro da sala de
aula a temática, ainda mais por sua cidade ser distante do mar. “É um tema que
traz muitas reflexões, muitas discussões, e acho que esse é um tema que permeia
vários componentes curriculares, pois não apenas a ciência pode explorar a temática”,
afirma.
Mirella Cultrera, do Colégio Monte-Sionense, da cidade
mineira de Monte Sião, entende que há uma necessidade antiga em se mudar o
olhar das pessoas sobre o oceano. “A gente não pode resumir o oceano a uma
praia para diversão, ele é muito mais do que isso. Ele é uma maravilha que
necessita ser estudado e compreendido, para saber como nossas ações locais têm
impacto global”, descreve.
Se você quiser saber mais sobre o projeto ou até mesmo introduzir a iniciativa Oceano na Educação em sua escola, visite o site do projeto clicando aqui. Iniciativas como essa precisam de apoio popular, afinal, o planeta é nosso, e o dever de preservá-lo também.
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Foto: Pixabay
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