Nos últimos dias, circula por redes sociais, principalmente
aplicativos de conversa, a informação de que tucunarés estariam infectados com uma
suposta doença chamada de “gnastoma spirinelis” e que 400 pessoas haviam sido
afetadas pelo problema. O questionamento sobre a veracidade da informação foi
levantado, e podemos afirmar que a história não é real, com vários pontos
demonstrando a falsidade do que foi divulgado.
Em primeiro lugar, uma pesquisa rápida em um site de busca
apresentava apenas um resultado. O sistema, que pesquisa em todo o mundo e dava
conta de um único grupo de pesca, de onde pode ser que a informação tenha
partiu ou se tem registro.
Junto da mensagem circulava um vídeo, mostrando um homem com
uma larva em seu olho. Sequer é brasileiro quem aparece nas imagens, pois na
verdade é um indiano de 60 anos que teve um verme retirado de seu olho.
Quanto aos 400 casos registrados de pessoas afetadas pelo
problema, não há informação sobre onde esses casos foram diagnosticados, não
citando nenhuma fonte dos dados. Um valor aproximado desse é registrado anualmente apenas no Japão, e tem relação com casos de anisaquíase, que é uma
doença relacionada ao consumo de carne crua, como o famoso sushi.
Sobre o nome relatado da doença, verme ou larva, gnastoma spirinelis, não há registro de algo assim. O mais próximo do nome citado é a gnatostomíase, que é uma doença ocasionada por peixes contaminados, porém, não é comum no Brasil e não tem relação com larvas nos olhos. Além disso, a contaminação por larvas do tipo precisa de contexto para acontecer, como baixa imunidade de quem consumiu o pescado afetado, por exemplo.
Dica para filtrar a veracidade da informação
Quando tiver dúvida sobre alguma notícia, verifique se há a fonte que deu origem a informação e faça
uma pesquisa na internet para verificar se sites confiáveis estão relatando a
mesma coisa. Importante também checar em diferentes locais e bater as
informações em busca de similaridades.
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