Durante as suas pescarias, você alguma vez já se deparou com
um animal como esse da foto em destaque? Conhecido popularmente como
peixe-sapo, ele não é natural do Brasil, mas sim do Golfo do México e Caribe.
Como é possível encontrá-lo em diferentes localidades da costa brasileira, há
registros no Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro, existe a preocupação do que a
introdução desse peixe possa causar de impactos ao meio ambiente. Com essa
mesma dúvida em mente, a Dra. Barbara Maichak de Carvalho decidiu dedicar seu pós-doutorado
ao tema, realizando um estudo aprofundado para obter respostas.
Tudo começou em 2011 durante o mestrado de Barbara, porém,
não foi possível dar continuidade a esses estudos na época. “Mas, os questionamentos
sobre a dispersão desta espécie no litoral brasileiro continuavam vivos na minha
mente. Assim que finalizei o doutorado, ingressei no Laboratório de Ecologia da Conservação (LEC – DEA – UFPR) supervisionado pelo Prof. Dr. Jean Vitule e
retomei o projeto. Os objetivos principais atualmente são entender a dispersão
da espécie na costa brasileira e se essas populações são geneticamente
similares”, conta.
Segundo os estudos, a ação humana facilita a dispersão de peixes invasores e existem algumas hipóteses para a chegada da espécie em território brasileiro. São elas: água de lastro, que é quando um navio descarrega a água armazenada em seu casco; plataformas de petróleo, que podem ser movidas e carregarem espécies marinhas; e detritos plásticos. Outro ponto apontado é a preocupação com a ausência de predadores naturais, o que facilita a dispersão do peixe-sapo, competindo por alimento com espécies nativas vulneráveis, podendo causar a extinção dos exemplares locais e criando alterações na teia trófica, ou seja, na cadeia alimentar.
Projeto pede ajuda
dos pescadores esportivos
Com as extensões continentais do litoral brasileiro, o
projeto não conseguiria cobrir toda a costa. A ideia que surgiu foi iniciar uma
campanha nas redes sociais pedindo para que os pescadores esportivos enviassem
fotos e vídeos informando o local onde capturaram um peixe-sapo. “Esse tipo de
inciativa chama-se ciência cidadã, a qual é baseada na adesão voluntária e
participativa da população permitindo que o conhecimento ‘popular’ seja
publicado em revistas internacionais e tenha uma ampla divulgação. Os
pescadores foram muito receptivos a ideia e estão nos ajudando, sempre que ocorre
uma captura do peixe sapo ou de alguma espécie parecida que gere dúvida eles prontamente
nos informam”, descreve Barbara.
Existem espécies nativas brasileiras que possuem certas
semelhanças com o peixe-sapo (Opsanus beta), mas é preciso estar atento aos
detalhes que caracterizam a espécie. Sua coloração é marrom com faixas brancas
irregulares, possui cirros no entorno da boca e dos olhos, a posição de seus
olhos é lateral e o tamanho máximo é de 30 cm. Para compreender quais espécies
se parecem com o ele, clique aqui para acessar a postagem explicativa.
Caso em suas pescarias você encontre um peixe-sapo, entre em contato com a Dra. Barbara através do e-mail bmaicarvalho@gmail.com ou pelo telefone (43) 98493-5518. Colabora com a ciência nacional e ajude a expandir o conhecimento sobre nosso meio ambiente!
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