Durante a pandemia, a busca por variados tipos de conteúdo aumentou,
ainda mais com um tempo maior em que ficamos em casa. Aproveitando o momento,
cinco pesquisadores, que já tinham o desejo de trabalhar com divulgação
científica, criaram a página Peixe², que tem a proposta de levar conhecimento sobre
variadas espécies de peixes de uma forma bastante descontraída. Atentos aos
memes do momento, Me. Paulo Presti, Me. João Pedro Trevisan, Ma. Manuela
Dopazo, Dr. Guilherme Moreira Dutra e Dr. Murilo Pastana se juntaram nessa
causa em prol da ciência e do bom humor.
Os pesquisadores acabaram escolhendo o Instagram como
principal rede social pelo apelo visual do site, por trabalhar melhor com fotos
e vídeos, já que a Peixe² possui uma identidade muito própria. “Além disso, é a
rede social mais popular dentro do nosso público-alvo, composto
majoritariamente por jovens estudantes de biologia. O nosso objetivo ao criar a
página foi o de trazer um conteúdo que passa por um rigor científico e
adaptá-lo a uma linguagem que seja acessível para quem está de fora da
academia. Nessa linha, a gente achou que ter o humor como diferencial da página
seria uma ferramenta importante, pois consegue aproximar as pessoas do
conteúdo, quase como se as pessoas aprendessem se divertindo”, relatam.
O motivo da escolha dos peixes como principal foco da página foi porque todos são ictiólogos, ou seja, cientistas especializados no estudo desses animais, com cada um deles vinculado a uma instituição trabalhando em seus doutorados e pós-doutorados. “Assim, fazer a divulgação de peixes, e não de outros animais, foi um caminho natural. Além disso, nós, os integrantes da página somos admiradores dos peixes por sua diversidade de espécies, cores, formas e tamanhos. Alguns inclusive já tiveram aquários, enquanto outros praticam o hobby de pesca esportiva”, contam, revelando que também atendem a alguns pedidos de seguidores da página na hora de pensar nas publicações.
Criar as publicações eles garantem que é um trabalho que
demanda bastante tempo, ainda mais que entendem a que são cientistas passando
informações ao público, por isso é preciso redobrar a checagem de todas as
informações. “Sempre que contamos a história de um peixe, nós consultamos as
referências científicas originais que descrevem aquelas informações sobre determinado
peixe e, por vezes, chegamos até a estabelecer contato direto com os
pesquisadores que redigiram as informações ou que capturaram as fotos ou vídeos
que nós iremos usar. Por isso, por mais que o roteiro final seja pequeno, o
trabalho de reunião e curadoria das informações é bastante intenso. Além disso,
apenas um de nós age como ilustrador científico e tem como responsabilidade
montar a arte gráfica dos quadrinhos. Apesar do desenho ser em pixel (o que
poderia tornar a arte mais simples), a ilustração não é uma tarefa fácil”,
garantem.
O feedback que os pesquisadores vem recebendo tem sido muito
positivo, segundo eles, que consideram gratificante as reações do público após
cada postagem. “Nós acreditamos que a mistura de arte, humor, e as pitadas de
conteúdo científico geraram um produto único e que tem agradado desde o público
leigo até uma comunidade altamente especializada. Um bom termômetro está nos
comentários. Por lá recebemos mensagens desde pessoas completamente distantes
das Ciências Biológicas até de cientistas professores de universidades
brasileiras. Além disso, nossa página também atingiu e parece ter agradado
grandes divulgadores científicos, e amantes da pesca esportiva. O contato e a
ajuda desses divulgadores digitais são extremamente importantes para o
crescimento e propagação da nossa página, pois são eles que nos ajudarão a levar
a página para pessoas além da comunidade acadêmica ou dos muros da universidade,
que hoje são o nosso principal público alvo”, completam.
Se você quiser conhecer mais sobre o trabalho deles, basta clicar aqui para ser redirecionado para a página da Peixe². Aí, é só se divertir aprendendo mais sobre ciências.
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