Como funciona a homologação de um recorde de pesca esportiva no Brasil?

O pescador que capturar um exemplar gigante, maior que o atual recorde registrado pela BGFA, deve seguir algumas normas para o título ser validado.

Por Marcelo Telles - 16/08/2024 em Notícias / Geral

Vamos falar a verdade! Qual pescador esportivo nunca capturou um exemplar gigante e logo pensou em ser o dono de um recorde nacional?


No Brasil, a BGFA Recordes, a ‘Brazilian Game Fish Association’, é o órgão oficial que reconhece os recordes de exemplares capturados no mundo da pesca esportiva, levando em conta o comprimento do peixe. Porém, para o recorde ser validado, os pescadores precisam seguir algumas regras de homologação.


(Observação: Todas as fotos presentes nesta matéria foram cedidas à Fish TV pela BGFA. Cada uma representa um recorde em uma categoria específica).



Primeiramente, é importante lembrar que qualquer pescador esportivo brasileiro ou sul-americano, de qualquer idade ou sexo, pode pedir a aprovação de um recorde. Para brasileiros, é admitida a homologação de peixes pescados em qualquer lugar do planeta.


Um fato muito importante é a respeito da régua em que esse peixe será medido. O pescador esportivo precisa ter uma régua oficial BGFA.



Já em relação ao peixe, desde que seja uma espécie válida e com nome científico reconhecido, qualquer espécie, de água doce ou salgada, está valendo. Obviamente, peixes capturados em áreas de pesca proibida NÃO SÃO ADMITIDOS pela BGFA!


É importante lembrar também que a espécie do peixe deve ser de fácil reconhecimento através de fotos e vídeos, com a certeza de que o exemplar capturado pelo pescador é maior que o atual recorde da espécie e da categoria registrado pela BGFA.



Sabendo dessas informações, precisamos entender qual a categoria o possível recorde se encaixa. A BGFA segue as seguintes divisões:


ABSOLUTO: para os peixes recordes capturados em locais de acesso público e irrestrito, como mar, rios, cursos de água e represas.


PRIVADO: para os peixes recordes capturados em locais que não se enquadram no “absoluto”, como pesqueiros, açudes e lagos de propriedade privada.


FLY FISHING: para os peixes recordes capturados com equipamentos de Fly, tanto no absoluto, quanto no privado.


CAIAQUE: para peixes recordes capturados através de um caiaque, também, tanto no absoluto, quanto no privado.


Porém, depois de escolhida a categoria, é preciso definir qual o tipo de título em que o recorde vai entrar.



Isso varia bastante dependendo da nacionalidade e do local onde o exemplar recorde foi capturado. Preste atenção nos títulos possíveis da BGFA:


BRASILEIRO: para peixes recordes capturados em águas brasileiras, exclusivamente, por um brasileiro.


ESTADUAL: para peixes recordes pegos apenas no Estado em que ocorreu a captura, e se o pescador também for residente no mesmo Estado.


BRASILEIRO EM ÁGUAS INTERNACIONAIS: para peixes recordes capturados por brasileiros pescando em águas estrangeiras.


ESTRANGEIRO: totalmente restrito às pessoas naturais de qualquer país, com exceção do Brasil, que tenham capturado o peixe também em território brasileiro.


PESSOAL: são reconhecidos também como “Certificado de Troféu”. É um Recorde apenas pessoal, não se enquadrando em brasileiro ou estadual.


Lembrando, para peixes recordes Estaduais, se o peixe estiver apto, também é possível a unificação com Recorde Brasileiro.



A divisão também é feita dependendo do gênero e da idade do pescador, levando em consideração a idade que o pescador tinha na dada exata da captura. Assim é dividido:


MASCULINO JÚNIOR: para pescadores esportivos até 15 anos.


MASCULINO : para pescadores esportivos de 16 anos ou mais.


FEMININO JÚNIOR: para pescadoras esportivas até 15 anos.


FEMININO: para pescadoras esportivas de 16 anos ou mais.


Vamos trazer um exemplo: uma pescadora esportiva mulher, brasileira, de 33 anos, capturou um tucunaré azul recorde em um grande rio brasileiro! Qual seria o recorde?


Bom, se esse caso fosse real, ela seria dona de um RECORDE BRASILEIRO ABSOLUTO FEMININO DE TUCUNARÉ AZUL. Fácil de entender, né?



Agora, um dos momentos mais importantes para a homologação de um recorde!

Como fazer o REGISTRO das IMAGENS?


A BGFA deixa bem claro que apenas são aceitas capturas que tiverem registro em FOTO E VÍDEO! Ou seja, não é permitido apenas um ou outro.


Todos as imagens devem ser feitas no local da captura e estar em uma resolução considerável para a homologação. Imagens em baixa qualidade, onde deixe dúvidas quanto ao tamanho ou espécie, não serão aceitas.


Os vídeos NÃO PODEM ter pausa ou interrupção, desde a captura até a soltura



Sobre a medição, durante a gravação do vídeo e a captura das fotos, NADA pode interferir, atrapalhar ou causar dúvidas quanto ao tamanho exato do exemplar. A régua deve estar em uma superfície plana e lisa.


1º: Grave a régua esticada, sem o peixe.


2º: Depois, posicione o exemplar sobre a régua, com a BOCA FECHADA RABO ESPALMADO, gravando por, pelo menos, 5 segundos e tirando, pelo menos, 5 fotos.


3º: Tire uma foto do pescador com o peixe, e outra do equipamento.


4º: Solte o exemplar, gravando TODO o processo.


IMPORTANTE! A BGFA leva em consideração a pesca esportiva! Ou seja, o peixe precisa ser solto vivo e com totais condições de volta à vida.



Durante a briga com o peixe possível recorde, o pescador não pode revezar! O peixe deve ter sido capturado por um único pescador, sem ter recebido nenhuma ajuda no embate.


Com tudo isso em mãos, é só entrar em contato com a BGFA e solicitar a homologação.



E você? Sabia de todas essas informações a respeito de homologação de um recorde brasileiro? Claro, esta matéria é apenas um resumo sobre homologação de recordes na BGFA.


Demais dúvidas, maiores detalhes, valores e os recordes já homologados, você encontra no site oficial: bgfarecordes.com.br.




E aí? Você já capturou um exemplar recorde na pesca esportiva?


Qual é o seu recorde pessoal?




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