Com 518 anos, animal mais velho do mundo é visto novamente no oceano do Caribe

Em aparição rara, tubarão-da-Groenlândia é visto por pesquisadores da USP. Segundo os especialistas, o exemplar nasceu por volta do ano de 1505, logo após o fim da Idade Média.

Por Marcelo Telles - 13/12/2023 em Notícias / Geral - atualizado em 13/12/2023 as 10:16

Ele não é muito de aparecer. Então, quando alguém tem a sorte de avistá-lo, é preciso comemorar e aproveitar o momento!


É claro que estamos falando do exemplar de tubarão-da-Groenlândia (Somniosus microcephalus), animal mais velho do planeta que se tem registro, que foi visto recentemente em Belize, no oceano do Caribe.


Pesquisadores fizeram a estimativa que o peixe possua 518 anos, conta feita através da análise de suas vértebras, onde cada banda de vértebra corresponde a um ano de seu crescimento.


Foto: Reprodução / Klimanatural.  


A espécie costuma possuir, aproximadamente, 5 metros de comprimento, podendo chegar a 7, mas demora a crescer. Para o Museu de História Natural da Flórida, um exemplar em específico cresceu apenas seis centímetros em 16 anos, datado do ano de 1936.


De cor cinza escuro, o tubarão-da-Groenlândia possui corpo cilíndrico, podendo chegar a quase 2 toneladas. A descoberta deste ano, porém, foi realizada por pesquisadores da USP, a Universidade de São Paulo, uma das mais conhecidas e respeitadas do país.


A primeira aparição do animal, registrada em imagens, foi no ano de 1995, há 28 anos. Alguns fatores dificultam o registro de animais como este, como a sua baixa densidade demográfica e empecilhos técnicos para a captação de imagens, tornando o momento captado pelos pesquisadores ainda mais especial.


Foto: Reprodução / O Globo.  


A espécie Somniosus microcephalus já é conhecida por viver muitos anos, entre 400 e 500; ou seja, o exemplar em destaque já ultrapassou a expectativa de vida designada à espécie.


Alguns cientistas, porém, trazem uma conta ainda menor, apontando a expectativa de vida do animal como 400 anos. Porém, estes especialistas realizam o cálculo colocando, aproximadamente, 120 anos como margem de erro.


Independente da conta de sua expectativa de vida, uma coisa é certa: os tubarões-da-Groenlândia vivem por muito tempo.


Mas isso possui uma explicação. De acordo com estudiosos, essa espécie possui um período de crescimento muito lento quando comparado com outras espécies similares, somado ao fato de viverem em regiões de águas frias, o que diminui a sua taxa de reprodutividade.


Com isso, ao longo de sua evolução, o Somniosus microcephalus acabou criando meios para que as adversidades fossem dribladas e os objetivos evolutivos alcançados. Por exemplo, é na região do Ártico em que o animal costuma viver, com temperatura variando de -1ºC até 10ºC, conseguindo se adaptar a fenômenos como o efeito estufa e o aquecimento das águas dos oceanos, o que torna esse fato ainda mais curioso, já que o exemplar aqui citado foi visto na região do Caribe.


Foto: Júlio Nielsen.  


Para pesquisadores da Universidade Internacional da Flórida, o avanço desta espécie para a região de Belize, por exemplo, pode ter ligação, justamente, com o aquecimento global.


Com as águas dos mares mais quentes, as presas do tubarão-da-Groenlândia podem se locomover para outras regiões, forçando o animal a ir atrás delas, já que estamos falando de um possível superpredador.  



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