A Associação Brasileira de Pesca com Mosca (ABPM) escolheu a
nova diretoria para o biênio 2020-2022. Os atuais integrantes já faziam parte
da associação e formaram uma chapa para a disputa, sendo escolhidos através dos
votos dos associados.
Assim, a nova diretoria da ABPM é formada por: Jean Michel de Moura – Presidente; Marcos R. L. Alves – Vice-presidente; Cristiano Scheider – Secretário; Dáfne P. Vergara – Tesoureira; André M. Vergara – Conselheiro Fiscal; Fabrizio Begliomini – Conselheiro Fiscal; Francisco E. Baleotti – Conselheiro Fiscal; Samuel Villanova – Suplente.
O novo presidente conversou com a equipe de jornalismo da Fish TV e respondeu algumas perguntas sobre sua atuação no biênio em que presidirá a ABPM. Confira na íntegra abaixo:
Fish TV - Como
é estar à frente da ABPM e representar os mosqueiros do Brasil?
Jean
- É como pescar
de fly, um desafio e um aprendizado a cada dia.
Representar a modalidade é algo grandioso porque o fly é muito diferente, ele
traz um contato com a natureza que excede a pescaria. Além disso, responder por
cada mosqueiro é algo difícil, confesso. Se tratando de uma associação, todos
esperam benefícios antes de mais nada. O maior desafio é encontrar esse
equilíbrio entre oferecer algo que não é palpável (além de bonés, camisetas e
adesivos), ou seja o conhecimento, e encontrar pessoas dispostas a doar um
pouco da sua vida ao trabalho pela modalidade. Minha personalidade naturalmente
é familiar, compreendo que família é o meu bem mais precioso. Então, nesse
biênio, vamos trabalhar com pensamento de família, queremos acolher a todos que
se interessarem pela modalidade, não importa a situação, vamos pegar na mão e
ensinar tudo o que o pescador vai precisar para que ele possa tão logo usufruir
da modalidade no seu ambiente de pesca.
Para
isso temos o projeto “Caminho do Mosqueiro”, em que pretendemos acompanhar o
caminhar dele, a fim de ensinar o que ele precisa aprender até poder andar com
as próprias pernas, mas não distante de nós, digo com as próprias pernas porque
chegará o momento em que ele irá começar a contribuir com os demais com a
experiência que vai adquirir pescando. No primeiro passo desse caminho, ele
será assessorado no grupo CAMI, “Centro de Atenção ao Mosqueiro Iniciante”. Ali,
ele receberá informações iniciais sobre a modalidade, para que compreenda de
maneira geral como o fly funciona. E depois já com conhecimento básico e
alinhado aos demais, ele passa a escolher quais grupos de aprendizado focado
ele quer aprender, e nesse sentido dispomos de uma variedade deles à escolha do
mosqueiro.
Fish TV - Como
vê a importância do pescador de fly fazer parte da associação?
Jean - O mosqueiro é a peça mais
importante de tudo isso, não existe associação sem mosqueiros. Nosso trabalho
seria em vão se ninguém quisesse aprender sobre o fly, seríamos poucos
pescadores espalhados pelo Brasil, pescando individualmente e com conhecimento
trancafiado dentro de nós.
O
mosqueiro tem dois papéis fundamentais aqui na ABPM:
1 –
Querer aprender sempre.
2 –
Estar disposto a compartilhar conhecimento.
Primeiro
o sentimento de que temos muito a aprender durante toda nossa vida, e segundo
que compartilhar conhecimento com mais mosqueiros nos fará um bem muito grande
enquanto pessoas, e mais ainda enquanto comunidade. Isso faz parte do perfil
dos pescadores que hoje compreendem a família ABPM. A presença de mosqueiros
novos é o nosso combustível para desempenhar nosso papel à frente da Associação
e criar novos projetos para que a modalidade cresça em nosso país.
Fish
TV - Quais são os primeiros passos que pretende dar agora que
está à frente da Associação?
Jean - Primeiro estou tomando
conhecimento sobre a Associação e os projetos que já vinham sendo trabalhados
pela diretoria anterior, me ambientando ao trabalho com minha equipe, de certa
forma. Em segundo lugar, estamos nos organizando para o planejamento
estratégico deste biênio (2020/2022), para que possamos levar os projetos ao
conhecimento dos sócios e ao público. Em seguida, vamos botar a mão na massa,
temos um longo caminha para trilhar e estaremos focados em fortalecer a ABPM e desenvolver
a pesca com mosca no Brasil através da amizade, consciência ambiental, informação
e representatividade.
Fish TV - Com a pandemia, quais
soluções a ABPM está encontrando para manter a divulgação da pesca com mosca no
Brasil?
Jean - Durante a quarentena, iniciamos
um trabalho com webnários online para sócios (aberto à convidados uma vez por
mês). Esses webnários são feitos por grupos separados por assunto de interesse
do mosqueiro. Por exemplo: temos grupos de carpas, tucunarés, trutas, entre
outros peixes, bem como assuntos pertinentes a ao fly como um todo, com alguma
outra forma de pesca, como por exemplo usando caiaques, este é o grupo que sou
mentor, “Fly e Caiaque”.
A medida em que vamos trazendo mais informação de qualidade, vamos recebendo
novos interessados em conhecer e aprender mais sobre o fly. Esses contatos
chegam através dos nossos grupos monitorados (aplicativo de mensagens), através
do nosso site, das mídias sociais e também fisicamente nas nossas regionais
espalhadas pelo Brasil. Mantemos ativamente a divulgação da Associação através
das mídias mais usadas atualmente, para que possamos alcançar todos os
mosqueiros quanto for possível.
Fish TV - Como está o índice de
disseminação da pesca com mosca no Brasil?
Jean - Na ABPM, atualmente temos 560
associados. Obviamente este não é o número de mosqueiros que existe no Brasil,
mas há um crescimento ascendente muito legal ao nosso ver, visto que iniciamos
um trabalho com webnários on line há pouco mais de um mês e já tem demonstrado
resultados surpreendentes. Além disso, um fator determinante para esse
crescimento tem sido o trabalho da Fish TV, através do programa “Na Pegada do Fly”,
com nosso querido Kid Ocelos, que com todo seu carisma leva o fly para todas as
telinhas do nosso Brasil.
Não consigo traduzir tudo isso em números exatos pra vocês, mas
todo dia recebemos pescadores em nossos grupos, seja iniciante, simpatizante,
adepto ou mesmo um mosqueiro com experiência. Sabemos que, a grande maioria dos
pescadores que iniciam no fly, não saem mais da modalidade, e aí a dica é: não
tente aprender sozinho. Busque alguém que conheça e que possa lhe ensinar, pois
a modalidade é pra ser aprendida em conjunto, ela gera parcerias e amigos pra
vida toda. Em consulta a pescadores mais experientes a nível da pesca no
Brasil, chegamos a um número médio de mais de 15 mil mosqueiros efetivos
espalhados em nosso país, número que segue crescendo.
Bom, seja um iniciante na modalidade ou um mosqueiro experiente, todos são bem-vindos
a somar nesses números junto a família ABPM.
Veja a notícia na TV:
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